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robindotelhado
quinta-feira, janeiro 26, 2006
 
O COMPUTADOR DO SILVA

Eu ainda sou do tempo em que...
Frase fantástica para começar uma conversa, não acham?
Há logo alguém que se apressará a dizer «Eh, não exageres, não és assim tão velho». Ou então, «lembras-te o caraças, nem a tua avó, quanto mais tu».

Pois é, eu ainda sou do tempo em que as pedras dos caminhos de Negrelos se tingiam da bosta amarela deixada cair pelas torinas que por lá passavam.
Era fantástico, ver os Silvas a pular de um lado para o outro, evitando os montes de bosta e as salpicadelas com bocados de milho ainda por desfazer. O calor que emanava dos dejectos, deixando uma névoa.

Isso sim, era uma paisagem campestre, bucólica mesmo.
Mas o Silvinha não podia ficar parado.
Por forma a pôr fim às infundadas acusações de utilizar o computador do tribunal, lá convenceu os seus conterrâneos a vender as vacas e a comprarem-lhe um computador.
Para não dar muito nas vistas colocou-o num café.
Um cyber-café em Negrelos!? Só o Silva seria capaz de um feito semelhante!

Os meus parabéns, Senhor Silva. Com esse andamento ainda chega a colega do Caricas. Quem ficará a ganhar é o presidente da Junta de S. Martinho das Moitas. Em vez de um, passará a ter dois assessores.
Vá lá Silvinha. Não leve a mal nem me desafie para me bater que eu fujo. Estou só a brinar consigo. Não faça queixa de mim por favor. Já sabe que tenho de lembrar a blogosfera que o senhor ainda está entre nós, que ainda não emigrou para nenhuma república do Báltico.
Um abraço do seu antigo camarada e actual admirador.
 
 
O MINETE DO CARICAS

A incompetência tem dessas coisas.
Há quem a resolva com humildade e recorra à ajuda de terceiros, indagando as melhores formas da ultrapassar.
Há outros – muito mais incompetentes que os anteriores – que o fazem dando um salto para a frente. Pretendem, dessa forma, dar ares de grande competência. Coitadinhos...

E isto tudo a propósito do minete do Caricas.
Saberá aquela alma penada o que é um minete?
Gostará ele de mergulhar as fuças no sítio por onde as gajas mijam? Será umk pee lover?
Será que o Caricas já fez um minete a alguém ou, ao invés, quer dar ares de ser um fodilhão, um entendido (também) no campo sexual?
Será que o Caricas é espectador assíduo do Playboy, um cibernauta metrosexual ou é apenas um fanfarrão que ouviu a palavra «minete» e se veio logo de seguida?
Será um frustrado que resolveu fazer um minete à puta de Vilar num dia em que ela estava menstruada?
Não gosto de abordar a parte sexual desta forma. Fi-lo apenas para dar tempo de antena ao Caricas. Como ninguém lhe liga, achei que ia ficar contente por mencionar o nome dele quatro vezes.
Pronto, vou ser teu amiguinho. Caricas, Caricas, Caricas. Foste falado 7 vezes num só texto. Agora não chateies e continua lá a lamber as botas aos laranjinhas. Com um pouco se sorte ainda chegas a assessor do Presidente da Junta de S. Martinho das Moitas.
 
quarta-feira, janeiro 18, 2006
 
O CAGALHÃO DO CANDAL E A SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDERSEN

Sei que me vou repetir.
Tento tudo por tudo para não o fazer, mas é impossível não o fazer.
Cada vez que ponho o sítio onde me acabam as costas na cadeira e começo a teclar para escrever sobre algo que se passa em S. Pedro é inevitável. Sinto-me sempre tentado a começar com a palavra «detesto».

É horrível, eu nem sou de dizer mal, a sério. Gosto de ver o lado positivo,
mesmo quando ele está encoberto por névoas derrotistas, colocadas pelos muitos maledicentes que habitam nesta vila. Passei a ser assim desde que me disseram que os derrotistas ganhavam rugas mais cedo.

Findo o desabafo, cá vai, detesto pseudo-intelectuais. Não sei qual a definição dada pelo meu dicionário da Academia das Ciências de Lisboa, que há muito deixei de consultar. Afinal, valerá a pena o meu esforço hercúleo quando sou lido por Fátimas Instâncias e Pedros Afins? Não, pois não?

Para mim um pseudo-intelectual é um frustrado. Alguém que, não tendo capacidades para ser intelectual, para se dedicar ao pensamento, tenta sê-lo. Alguém que dá ares de ser uma coisa que não é, não por falta de vontade, mas por manifesta incapacidade.

Esta minha aversão ganha muito mais sentido quando vejo atribuídos aos
pseudo-intelectuais poderes relacionados com o intelecto ou, dito de um modo mais abrangente, com a cultura. Então quando a visão de cultura se reduz à leitura está tudo estragado.
Aqueles clichés gastos do género: «a juventude não lê, só vê televisão, aquelas novelas brasileiras, só ouvem Quim Barreiros e o Apita o Comboio».
Meus amigos, vamos lá a ver se a gente se entende, mas com sinceridade. Só duas ideias.

Primeira, quero que me permitam a defesa de uma ideia politicamente incorrecta: S. Pedro do Sul não deveria ter um vereador com funções relacionadas com a cultura. Um concelho onde ainda temos de cagar para o quinteiro porque não tem saneamento não se pode dar a esses luxos. Calma Dr. Gralheiro, eu vou já explicar o que quero dizer.

Imaginem que moro no Candal, rodeado daquela beleza natural inóspita.
São 22.00 horas. Janto uma feijoada com couve lombarda e quero arrear o calhau.
Desço as calças, dou uma coçadela no do lado esquerdo, forço os abdominais e vejo a minha poia a escorrer pelas bordas da sanita, para, logo após, esvair-se pelo cano que liga à fossa que tenho ao lado da casa, por sua vez ligada a um cano rateiro que desagua ao lado das rosas da minha tia-avó.
Vejo ainda a preta terra ficar manchada de tons de um castanho nauseabundo que logo descoloram os tufos de erva verde.

De seguida, como se nada tivesse visto, desço à pretensa civilização, que alcanço após 30 minutos de curvas sinuosas. Enjoado, vou ao Tropical e, ao mesmo temo que sou obrigado a ouvir a última querela do Silva com o Borges sobre a economia dos afectos de José Gil, emborco uma imperial com umas moelas avermelhadas. Dois arrotos depois, atravesso a estrada e vou até à biblioteca municipal.

São agora 23.00 horas. À entrada, uma imagem impressa num papel de qualidade fotográfica com 3 metros de altura de uma personagem de aspecto bíblico. As longas barbas, o ar sorridente e os braços abertos fazem-nos sentir uma atitude desesperada, porventura por não estar ninguém no seu interior.
Chego ao balcão e peço o «Mar» da Sophia de Mello Breyner Andersen. Abro ao acaso e começo a ler o «Fundo do Mar»:
«No fundo do mar há brancos pavores,
Onde as plantas são animais
E os animais são flores.
Mundo silencioso que não atinge
A agitação das ondas.»
Sem mais nem menos, a minha mente começa a derivar. Dou comigo a resumir em tópicos o que me sucedeu nos últimos 60 minutos: feijoada, poia, sanita, terra, mau cheiro, Silva-Borges, moelas...
HELLOOOOOOOOOOOOOOO, berro. A pobre bibliotecária acorda sobressaltada. Peço desculpa pela clarividência demonstrada de forma súbita pela minha mente ter ecoado pela sala vazia.
Como poderia conspurcar a memória de tão nobre poetisa quando, minutos antes estive a cagar para as flores da minha tia-avó, a ouvir o Silva e a comer moelas no Tropical. Não dá.
Segunda, elegemos os gajos, temos de levar com eles, mas não me fecundem o espírito.
Os ilustre munícipes que votaram no Professor Castro não o fizeram de certeza na expectativa de o ver abrir a biblioteca até às 24.00 horas.
Ao colocarem o voto na urna imaginaram as longas barbas entrelaçadas nas cordas da viola. De perna traçada, sentado ao cimo das escadas do convento, acompanhado pelo Dr. Gralheiro com a sua gaita de beiços, a cantar a Grândola Vilamorena. O Henriquinho a fazer a precursão com garrafas de Sumol vazias.
Em simultâneo e ao som da música harmoniosa que ecoa pelo Largo de S. Sebastião, um saco de serapilheira e um rabo-cu de fora a bambolear. S. Pedro é lindo.
Isto sim, meus amigos, é cultura à Sampedrense. Viva, S. Pedro, viva o Professor Castro.
 
sexta-feira, janeiro 06, 2006
 
OPEN..... MINDS OU O DIREITO A LEVAR NO CU

Detesto segundas interpretações de textos, principalmente quando são jocosas e visam pôr em causa um direito basilar. Tão importante que se encontra intimamente ligado ao conceito da dignidade do homem. É inerente à essência do princípio de estado de Direito, de tal forma que não necessita de estar prevista nos textos constitucionais, sendo susceptível de ser invocado directamente por qualquer pessoa.

Para que não subsistam dúvidas do que falo, não vou usar a expressão correcta do "direito à auto-determinação sexual". Gosto mais da seguinte "direito de levar no cu". É mais expressiva, não acham? Principalmente se a utilizarmos na perspectiva passiva. A activa, "direito de ir ao cu", não tem tanta piada.

Agora a sério, fiquei chocado, abalado, boquiaberto quando ouvi no café a deturpação da notícia publicada no "Jornal do Centro" de 6 de Janeiro de 2006, sob o título seguinte: "Gang contra homossexuais terá vandalizado discoteca gay". A minha reacção, assim que ouvi os comentários que passarei a dar conta, prendem-se com a circunstância de eu próprio ter lido a notícia e não ver como pode alguém ter feito uma interpretação tão... aberta.

Dizia então o autor da personagem, um homem dos seus 40 e poucos anos, másculo, de ar vermelhão, denotando na face algumas marcas antigas de erupções cutâneas, posteriormente transformadas em sinais:

"Já viram esta merda? Parece que houve um bando de machos foi à Mentes Abertas e rebentou-lhes com as mangueiras, tendo-lhes ainda causados outros estragos.
Os tipos ficaram fulos porque estavam numa festa de ânus. Os ânus estavam cheios, mas com segurança, graças ao uso de câmaras.
Um dos frequentadores assegurou mesmo que houve três que estiveram lá dentro. Entraram e saíram, mas estiveram lá dentro. O tipo prometeu mesmo que não iria baixar os braços, nem fechar o espaço, pois era para estar aberto, como o nome, aliás: Mentes Abertas".


Como é que é possível alguém dizer isto? Metam isto onde quiseram, na cabeça ou em qualquer sítio onde caiba: é bom para o desenvolvimento de qualquer região ter gente com este espírito aberto. Do espírito ao resto é um instante. Não vacilem, apoiem estas iniciativas de gente corajosa, de gente que gosta de levar no cu e di-lo abertamente.

Vamos criar um movimento que se oponha à entrega do Cine-Teatro ao Cénico e que, por seu turno, defenda a criação de uma sucursal naquele espaço da Mentes Abertas.
Vão ser só vantagens, com a paneleiragem toda lá dentro, ficam mais mulheres livres, não é verdade? Para além disso, assim podemos separar os que os têm abertos e os que os têm fechados, não é?

Fiquem abertos à inovação, experimentem.Eu, à confiança, já mandei fazer uns boxers de aço. Quem tem cu tem medo...
 
S. Pedro do Sul, Viseu

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