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robindotelhado
quinta-feira, agosto 26, 2004
 
O RABO

Estou desolado.
Depois de tanto maldizer dos andantes e errantes, cheguei à conclusão que os franceses – pelo menos os de Nice -, no que toca a matéria de higiene, pouco diferem daqueles. Quero eu dizer, são igualmente avessos à água.
Pernas para que te quero, pensei. Se o pensei, melhor o fiz, pois o V 12 do meu Jaguar só se apagou em plena Piazza della Signoria, em Florença.
Cansado de tanta condução e dando uma de turista de pé descalço, livrei-me da mina camisa Dolce & Gabana e das minhas calças Versace. Em sua substituição, vesti umas Levis compradas na Feira do Relógio e uma camisa Sacoor da Feira de Espinho.
Senti-me mais à vontade. Mais ao nível das multidões de nipónicos que invadiam a praça munidos de irritantes Nikon digitais que não paravam de disparar fotografias em todas as direcções.
Munido de uma garrafa de água mineral, afastei-me para junto do Palazzo Vecchio para me deleitar com o principal motivo da minha deslocação à Piazza della Sigboria: a estátua de David de Miguel Ângelo .
Apesar de ser uma réplica, pois que a verdadeira está arredada dos olhos dos turistas vulgares como eu, visionei atentamente todos os pormenores daquele enorme bloco de mármore minuciosamente esculpido.
Atentei nas mãos, que ostentavam as grossas veias do jovem herói que desafiou e derrotou os Filisteus. Analisei a assimetria da estátua, um lado em repouso e outro em clara tensão, como que antevendo a batalha que se avizinhava.
De repente, dei por mim a pensar nos nossos imperadores, governantes longínquos da nossa vilória. Não sei qual a associação, mas penso que foi o órgão mirrado e pendente do David, em claro contraste com as restantes partes da estátua, que me conduziu a tão vis personagens.
Um trago de água depois, bebido à sombra, e jurei a mim mesmo que não mais iria pensar na poltiquice local. No entanto, ao limpar as gotículas de suor que se acumulavam na minha testa, vislumbrei o rabo da estátua do David.
Para os que não sabem, rabo é, segundo o meu dicionário, «um apêndice ou extremidade posterior móvel do tronco de muitos animais, nuns peludo, noutros coberto de escamas, penas...».
Como uma coisa leva inevitavelmente à outra, dei por mim a pensar na omissão do meu dicionário, a primeira de que dava conta.
Porque gosto da crítica construtiva e muito me orgulharia de poder contribuir para a Academia das Ciências de Lisboa, comecei a pensar nas várias funções que um rabo pode ter.
A mais óbvia, serve para assentar a parte superior do nosso corpo sobre o redondo da sanita e, prendendo a resppiração, contrair os músculos abdominais, expelindo toda a merda que se vai acumulando no seu interior.
A seguinte, para emitir sons desagradáveis, quase sempre acompanhados de cheiros nauseabundos, uns mais que outros, consoante o que se ingere.
Occoreu-me também servir para ser esfregado com papel Scotex de dupla folha - aquele do anúncio do Labrador.
Depois, lembrei-me dos cuidadosos progenitores que, em vez de dispararem uns valentes bofetões nas trombas das criancinhas, apostam numas palmadas no dito cujo.
Por fim, lembrei-me de uma utilização não tanto usada, mas que caiu na moda há uns anos mercê dos dotes cinematográficos de um conhecido arquitecto nacional.
Esgotadas as possíveis utilizações que encontrei para os rabos, de certeza que outras existirão, lembrei-me de uma outra, ainda que, para tal, tenha sido forçado a recorrer à nossa vilória.

Pois é, lembrei-me daquela pessegada – laranjada, para quem preferir este fruto – de tentarem eleger um rabo para autarca.
Penso que se tratava de um rabo feminino. E digo penso porque, ao contrário de todos os restantes candidatos, que se apresentavam de frente para o eleitorado, aquele estava de costas, ostentando o seu enorme rabo para os votantes.
Pelas formas arredondadas e voluptuosas depressa concluí ser de alguém do sexo feminino. Só podia. Só lhe faltavam uma pegas. Sim, com tal imensidão, só assim se poderia abarcar, abraçar e desfrutar.
Confesso que nunca cheguei a descobrir quem era, pois, após minuciosa vistoria aos rabos dos eleitos – com a devida distância, bem entendido – conclui que o rabo da fotografia não tinha sido eleito.
Ainda hoje lanço mezinhas ao gajo do marketing político que a decidiu incluir na lista. Que raio de ideia, aproveitarem-se de um rabo para sacar uns votos. Ainda se mostrassem a cara da dona para ver se condizia...
Será que a moça não tinha mais nada que se aproveitasse. Com um rabo daqueles decerto tinha alguma coisa na cabeça, nem que fosse o savoir faire de o espetar daquela forma. Era um total deleite vê-lo balouçar sobre aquelas pernas esguias. Nem era precisa música para nos fazer tilintar o cerebelo. Fenomenal!
Qual Miguel Ângelo qual quê. Qual David qual quê.
Os paizinhos da cachopa devia ser brindados com o subsídio que todos os anos vai para o Pavilhão da família Fêguê isto é, para o Pavilhão gerido pela Associação XPTOVXZ. Quanto mais não fosse por o terem concebido sem o recurso a ferramentas exteriores aos próprios corpos.
Com um rabo daqueles – posso dizer cu? – as eleições estão ganhas.
Pensando bem, o melhor é continuarem sem identificar a dona, não vá a rapaziada apanhar alguma desilusão, descobrir que tem ou teve dono. Assim sempre são mais uns votitos que lá caiem, na esperança de o ver a subir a imensa escadaria. Sugiro apenas que lhe enfiem uma saia pequenina, pequenina, ao estilo daquela deputada italiana de há uns anos que era maluca por fruta e chocolate.
Vão ver que assim as eleições já estão no rabo, quero dizer, no papo.
Que se cuide a rapaziada do PS. Já não falta muito. Não arranjem um rabo à altura e vão ver o que vos acontece. Cuidado! Podem ser politicamente enrabados. Sem malícia, claro está.
Ciau!
 
terça-feira, agosto 10, 2004
 

ISCARIOTE

Pois é. Aqui segue o primeiro post dirigido a alguém de carne e osso – ultimamente mais carne do que osso, pelos vistos anda a comer bem. Trata-se de uma absoluta excepção, mas penso que a abordagem que dá a alguns assuntos da nossa terrinha merece que lhe dê a honra de ser o estreante. Uma espécie de «prima nocte», devidamente adaptada, é certo. Ao que interessa.

Meu caro Afonso Iscariote, é como diz. Só um «porco capitalista» se poderia vender ao blog das Andanças. Só tenho pena que o tenha feito por tão pouco dinheiro. O peixe podia ter rendido um pouco mais, como que multiplicado, percebe?

Sim, um verdadeiro capitalista, ainda que porco, nunca se venderia por comida e uma pulseira de entrada num festival de 3ª categoria. Ainda para mais em troca de uma comida com aspecto de vomitado vegetal. Se fossem umas tostas de ovas de esturjão regadas com umas garrafas de Don Perrignon ainda vá. OK, estou a exagerar, afinal o menino não passa de um Chaimite lover.

E a pulseirinha?! Por amor do Deus patrono das Andanças, que deve andar com os bolsos cheios. Que nos livre e guarde. Onde já se viu coisa tão amaricada como as pulseirinhas coloridas que todos os errantes ostentavam orgulhosamente como se de uma distinção se tratassem?

Não leve a mal o que lhe digo, é para o seu bem, como para o seu bem serão as chamadas que lhe vou fazer relativamente ao texto que escreveu. A propósito, gostei do boneco. Principalmente da seta pronta a ser disparada.

Primeiro, começa por dizer que os meus textos mostram independência. À frente, umas linhas abaixo, diz que a minha independência é uma treta. Em que ficamos, Iscariote? Ou mostra independência ou não mostra. Nem sequer pense que sufrago pela minha independência, pois sou tudo menos independente. Só lhe peço é coerência, não vão os bloguistas pensar que o seu texto foi escrito por duas pessoas, melhor dizendo, por uma pessoa com dois pontos de vista, o próprio e o de um terceiro, quiçá comprador de capitalistas.

Segundo, fica-lhe mal pensar que a influência das pessoas advém da profissão que têm. Acha que é preciso ser advogado ou dirigente partidário para se ter influência numa vilória com a nossa? Não concede esses méritos a um simples funcionário balnear? Quem atende mais gente por dia, um advogado, um dirigente partidário ou um funcionário balnear? Quem ouve mais conversas de corredor, um advogado, um dirigente partidário ou um funcionário balnear? Não imagina o que uma boa massagem pode fazer à língua das pessoas. Pense nisso.

Terceiro, fala-me em cruzadas políticas e pessoais. Não sou eu quem faz parte de um partido da quinta divisão distrital, porventura com aspirações a liderar meia dúzia de putos traquinas com problemas de acne. Não sou eu quem tem pretensões políticas, senão inscrevia-me já no seu partido ou num outro qualquer em igual estado de desespero para angariar militantes, talvez num mais à esquerda.

Quarto, engana-se quando diz que não gosto da sua freguesia laranja e do seu imperador.

Quanto à freguesia em causa, aplaudo o facto de ser uma das mais desenvolvidas do concelho, talvez mesmo a mais desenvolvida. É por isso que me causa repugnância vê-la invadida por barbudos e cabeludos tatuados. Por que pensa que fugi para Nice durante essa semana?

No que tange ao imperador Adrianus, futuro presidente da Câmara Municipal, concordo com o carácter de divindade em que o investiu. Merece, na realidade, os louros que todos lhe põem sobre a angélica cabeça. Se num executivo tão mau qualquer pessoa normal sobressairia, o que se pode dizer de uma pessoa acima da média? Um Deus, no mínimo, não lhe parece? Há já quem diga que se prepara para expulsar todos os vendilhões do templo, mas à maneira de carvalhais, com uma enxada. Eu lá estarei para ajudar, atirando setas à distância.

Não pense que não reconheço os méritos das pessoas que os têm. Agora, não deixo é de pôr em causa algumas opções políticas, como seja o maldito festival do piercing, cujos adeptos tive de gramar na esplanada defronte à minha casa nos dias que antecederam a minha parida para França, a comerem tremoços e a beberem vinho tinto gelado.

No entanto, quem sabe se um dia não me venderei por um jantar e uma pulseira e não lançarei mão e pé da mais verrinosa verborreia para o (des)caracterizar?. Asseguro-lhe desde já que o preço será mais alto do que aquele que cobrou.

No mínimo um ano de refeições à borla no Chez Lapin, no Porto, ou no Terraço, do Hotel Tivoli, em Lisboa, dormidas incluídas. Quanto à pulseira, oferecerei o seu valor para a campanha do seu partido. Pode ser que assim tenham mais de dez votos nas próximas eleições autárquicas.

Quinto, quanto aos vinhos, lamento que meta os «finitos» e o UDACA no mesmo saco. Enquanto que os «finitos» são iguais em todo o lado, até no Chaimite se podem beber, os UDACA são vinhos muito bons. Aconselho especialmente o de 1989. Se andar endinheirado, talvez com a maquia por escrever posts «a metro» e sob encomenda, sugiro o Chateaux Margaux de 2000, que poderá adquiri por quaisquer 500,00 €.

Com o que ganho em alcavalas balneares, dou-me ao luxo de lavar os dentes com este néctar.

Fico à espera de uma contra-resposta vigorosa e insultuosa à minha pessoa. Mostre o que vale que eu prometo que não digo nada a ninguém. Quero ver a sua ira. Se se portar bem e me conseguir irritar levo-lhe uma t-shirt com a fronha do Le Pen estampadas no sítio dos mamilos.

Até lá, deleite-se com a primeira estrofe de «La Marseilaise», cuja tradução espero esteja ao seu nível:

Avante, filhos da Pátria,
O dia da Glória chegou.
O estandarte ensanguentado da tirania
Contra nós se levanta.
Ouvis nos campos rugirem
Esses ferozes soldados?
Vêm eles até nós
Degolar nossos filhos, nossas mulheres.
Às armas cidadãos!
Formai vossos batalhões!
Marchemos, marchemos!
Nossa terra do sangue impuro se saciará.

(Rouget de Lisle)

The show must go on!

(Queen).


 
sexta-feira, agosto 06, 2004
 
LINDA DE SUZA, LOUIS XIV – LE ROI SOLEIL E S. PEDRO DO SUL

Depois de me haver debruçado sobre a plebe dos andantes – acreditam que no fim de escrever o post senti um desejo de dar um valente mergulho no Mediterrâneo, seguido de um banho turco no spa do hotel? – vou hoje evocar a memória de Louis XIV, o rei sol.
Desenganem-se, porém, os que pensam que vou dar uma de intelectualóide de esquerda, a debitar palavras ininteligíveis e a somar factos e datas históricas de Sua Majestade.. Para isso, deverão consultar o blog do homemsemnome, vestirem-me à maltrapilho e beberem aguardente com mel, acompanhada com broa de chouriço.

Há muito que trabalho numa tese que pretende demonstrar a importância da ida de Linda de Suza para França e, sobretudo, da relação da sua ida com as vantagens que daí decorreram para os habitantes de S. Pedro do Sul.
Nos já longínquos anos 60 e 70, muitos emigrantes portugueses deram corda aos sapatos e, com malas de cartão, latão ou meros sacos de plástico, deram o salto para França.
Também S. Pedro do Sul viu partir muitos dos seus filhos, que por lá trabalharam arduamente nas mais variadas profissões, poupando todos os tostões que conseguiam, enviando-os para Portugal, onde mais tarde haveriam de regressar para construir uma casa com azulejos azuis vidrados com uma rampa de acesso à garagem defronte, onde haveriam de estacionar o recém adquirido Opel Ascona com estofos de pêlo branco, pois que a garagem haveria de se destinar à cozinha, sala, WC e quarto, reservando-se o 1º andar para um museu destinado à Torre Eiffel e a fotografias do Karol Voytila em tamanho família.
Felizmente, alguns deste emigrantes deram um rumo diferente à sua vida e, ao invés de torrarem o seu dinheiro nesse tipo de disparates, investiram-no em prósperos negócios, que implementaram nas suas terras.
É de um emigrante deste tipo que vos vou hoje falar, mais propriamente, num seu filho, afilhado de facto da Linda de Suza.

No dia 22 de Novembro de 1964, saindo do seu pequeno apartamento em Tournan – subúrbios de Pair – por volta das 5.48 horas da manhã, apanhou o RER tomando a direcção da estação de St. Lazare, onde o esperavam duas trinchas e sete baldes de tinta, que haveria de aplicar até às 20 horas desse dia na fachada do BNP Paribas aí existente.
Aproveitando as óptimas condições acústicas da estação, uma jovem cantava a plenos pulmões a seguinte música da sua autoria:

Lá em cima esta o ti-ro-li-ro-li-ro
Cá em baixo esta o ti-ro-li-ro-lo
Lá em cima esta o ti-ro-li-ro-li-ro
Cá em baixo esta o ti-ro-li-ro-lo
Lá em cima esta o ti-ro-li-ro-li-ro
Cá em baixo esta o ti-ro-li-ro-lo
Lá em cima esta o ti-ro-li-ro-li-ro
Já cantava a minha avo...

Lorsque j'étais petite, petite, petite
En allant à l'école
Je chantais ce refrain
Et déjà ma grand'mère, grand'mère, grand'mère
Le fredonnait naguère
Sur le chemin

Ce jour-là quand j'allais au tableau
Je n'attrapais jamais de zéro


Maravilhado com as qualidades vocais e, sobretudo pelo refrão ser em português este nosso emigrante logo se abeirou da jovem e, em troca das lembranças de Portugal assim avivadas – e se ela tinha uma bela voz, com um excelente registo de graves – , depositou na sua mala de cartão uma nota de 10 francos, o que, na época, era uma bela maquia.
Desfeita em agradecimentos ao seu benfeitor matinal, a jovem dizia: «Linda de Suza veut remercier votre générosité, obrigada, obrigada, obrigada!»
Como que sentindo um clique ao ouvir a palavra obrigada, o nosso emigrante convidou-a para comerem uma «duchaise avec un expresso».
Após o blá-blá-blá habitual – a vida difícil dos dois, a saída de Portugal, a importância do cartão na confecção de malas – Linda de Suza dizia-se agradecida ao povo francês e ao bem que lhe havia feito, eram tantas as moedas depositadas na sua mala que logo o cartão haveria de ceder e dar lugar a uma da Louis Vitton. Era tanto o seu reconhecimento que, afirmava com convicção, haveria de chamar Louis ao seu primeiro filho.

No fim do dia, segurado a uma das pegas do RER no regresso a Tournan, o nosso emigrante reflectiu sobre tão sábias palavras e, entrado em casa, onde o esperava uma apetitosa sopa de nabo, fez seu o desejo da Linda de Suza e comunicou-o à sua mulher.
Logo nessa noite concretizaram esse desejo, concebendo um filho macho, a quem deram o nome de Louis – em Portugal haveriam de mudar a grafia para Luis.
Para que Louis se apercebesse da importância do nome dado pela sua madrinha Linda, fizeram uma excursão aVersailles, devidamente munidos de um cesto de vime com uma bôla de carne, onde lhe foi explicado quem havia sido o Rei Sol.
Sem se aperceber, na altura, do significado de uma frase dita pelo seu pai, o jovem Louis gravou-a nas profundezas do seu cérebro: «L’Etat c’est moi».

Regressados a Portugal, estabeleceram-se como pasteleiros, dando ao petit Louis uma forte educação religiosa. Como em tudo o que viria a fazer na vida, empenhou-se na questão cristã e, passado pouco tempo, era já um destacado menino de coro, emparelhando em vários duetos com a Encarnação de Deus em SPS, sempre agarrado à sua guitarra.
Mais tarde, devidamente estabelecido à beira do Vouga e evocando o sentido grandioso do seu nome, adquiriu profusos conhecimentos como fiscal de obras, chegando mesmo a escrever um tratado sobre o empolamento das terraplanagens.
Entretanto, o negócio dos pastéis da família ia crescendo, mercê da grande simpatia de seu pai, também ele Luis, não em homenagem ao Rei Sol, mas antes a um tio-avô que tinha sido moleiro em Alpiarça.
Eram filas e filas que se criavam na entrada do estabelecimento, não pela qualidade dos bolos, apesar desta ser mediana. Muitas das pessoas nem sequer compravam nada. Entravam e saíam do estabelecimento apenas para o verem com um rasgado sorriso estampado na cara, perguntando sempre pela família, o cão e o gato.
O sucesso era tal que o Louis foi chamado ao negócio de família.
Num rebate de inteligência e apercebendo-se que a Agência Lusa não tinha uma delegação em SPS, não quis apenas vender bolos e depressa transfigurou a pequena pastelaria numa agência noticiosa.
Não havia nada que se não passasse na vila e arredores de que não tivesse conhecimento, muitas das vezes antes mesmo dos factos terem acontecido. Era a vaca do Joaquim das Uchas que estava prenhe, era a mulher do carteiro que tinha uma unha encravada, era o acidente sofrido pelo presidente em Manhouce, quando regressava do Porto. Não havia nada que lhe escapasse. Um verdadeiro olho vivo.
Em simultâneo e para refrescar os ânimos dos que pensavam que por ali se quedaria, comprou uma loja de frescos, onde fazia gelar todos quantos lá entravam, pelo menos àqueles a quem eram reveladas as últimas e escaldantes notícias.
Tudo fazendo para que a frase que ecoava na sua cabeça desde criança se tornasse realidade, ainda que devidamente adaptada ao meio sampedrense – S. Pedro do Sul sou eu – atirou-se ainda à gestão de condomínios com unhas e dentes, depressa arrasando com a concorrência.

Um talento desta índole não poderia ser desaproveitado em questões desta natureza.
Entretanto, uns metros acima, o senado laranja, reunido secretamente, tomava a deliberação de criar uma polícia municipal com o objectivo de se inteirar das movimentações tendentes a derrubar o prestimoso trabalho camarário.
Para empreender semelhante tarefa, exigente e específica, só dois nomes foram avançados: o Henriquinho ou o Louis.
Como o Henriquinho já estava ocupado, endereçara o convite ao Louis, que prontamente aceitou, apenas, note-se, pelo empenho em servir os desígnios sampedrenses.
Contratado sob a aparência de fiscal, deixou todas as suas actividades e, de cabeça, começou a fazer relatórios de tudo e todos, comunicando-os directamente á chefia e só a esta reportando.
Para que o disfarce e a tarefa fossem perfeito, ordenaram-lhe passeasse pela vila como se nada tivesse que fiscalizar. Pobres incautos, era nesses momentos que mais trabalhava, sempre dizendo para consigo «SPS c’est moi, SPS c’est moi!».

E tudo graças à Linda de Suza. Não fosse o episódio ocorrido na gare de St. Lazare e nunca o Luis teria chamado Louis ao seu filho e, sabe Deus, não fosse este nome e não teria tido tão grande dignidade e empenho no exercício de tão nobres funções: fiscal da polícia municipal secreta.
Desta vez tenho que dar os sinceros parabéns ao senador Maximus por tão importante contratação. Continue assim, senador, com Louis na rua sentimo-nos todos mais seguros e vigiados.
 
quinta-feira, agosto 05, 2004
 
ANDANÇAS

Primeiro, o significado.
Andante: «que não tem domicílio certo e vagueia de um sítio para o outro » aventureiro, errante, vagabundo», in Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea.

Segundo, a introdução.
Apesar de vivermos em S. Pedro do SUL, há muito que já nos apercebemos que os nossos governantes perderam o NORTE.
Será por não terem dinheiro para fazer mais e melhor? Não o gastassem a alimentar os filhos, sobrinhos, enteados e afilhados que comem o erário público todos os meses sem nada produzir em troca.
Será pelas inatas incapacidades de gestão de quase todos eles? Será que quem os elegeu desconhecia a inexistência de curriculum por parte deles? Desconheceriam que eram quase todos político-dependentes, ou seja, sem tachos morreriam à fome ou viveriam de esmolas?
Será por andarem desavindos uns com os outros? Sim, ou ainda não se aperceberam das duas facções que se confrontam todos os dias nos corredores da CM? De um lado os pró-Adrianus, do outro os contra-Adrianus.
O tema para este post tem a ver, por um lado, com o vocábulo «andante», mais propriamente com as «Andanças», por outro com a tentativa de explicar a sua existência, o que nos conduz à última explicação para a perda do norte.

Terceiro, as extrapolações.
SPS é, há já algum tempo, diria mesmo desde sempre, um concelho que vive de, por e para as Termas. Afinal, é a água que patrocina os devaneios e disparates que o executivo decide levar avante.
Assumindo esta verdade inquestionável, os detentores da cadeira do poder têm vindo sucessivamente a apostar no turismo termal. Bem ou mal – eu entendo mais mal que bem – têm gasto rios de dinheiro em infra-estruturas, equipamentos, formação, etc..
Tentarem transformar as nossas Termas numas Baden-Baden ou Aix-les-Thermes, pondo os preços ao nível destas já é opção política questionável, diria mesmo, irresponsável.
Certo, certo é que sempre que se fala na nossa vilória nos chega uma imagem de um turismo sério e responsável que resulta num claro proveito para o concelho, mercê dos proveitos que cá ficam.
Assumindo que ninguém questiona este facto na generalidade, há uma dúvida que me assola a mente: num concelho com turismo termal sério e responsável, repito, como foi possível transformar a Carvalhais do Adrianus num pardieiro de andantes? Qual a lógica?
Compreendo que se pretenda a diversidade de turismo. Defendo mesmo um turismo serrano em acumulação com o termal. Afinal, há que tirar proveito das auto-estradas construídas pelo Vitorino Sampedrense para por lá conduzir os incautos alfacinhas às tascas da Pena e Manhouce para comprarem vinho morangueiro a 20,00 € por garrafa, dizendo-lhes que é rústico.
Mas, serão os andantes turismo? Serão rústicos? Poder-se-ão considerar proveitosos para o concelho? No lo creo.
A única explicação que encontro para semelhante desastre é um pisão do imperador Adrianus, apostado em dar cabo dos calcanhares e canelas dos seus comparsas. Embora ache piada às dores que eles devem sentir, basta ver como andam contorcidos, qual ogres verdes de raiva, devo dizer-lhe, imperador Adrianus, que os pisões têm limites, mesmo em Carvalhais, terra da justiça da enxada.

Quarto, os factos.
É um facto que, com o aproximar dessas criaturas que dão pelos nomes de andantes, me ponho a milhas de distância.
Estou neste momento à frente do computador que tenho instalado na minha suite do Blue Nuit de Nice, para onde me vão enviando fotos da fauna que tem vindo a invadir o concelho.
A esta distância, espero, não corro o risco de ver a minha penugem ser atingida por piolhos descendentes das rastas do Bob Marley, que por certo lá os haverá.
O que pode levar gente que reputo de inteligente a misturar-se com esses adoradores do Che, que usam cuecas com a foto deste estampada no sítio do recto?
Como é possível respirar o mesmo ar de gente que se veste com calças com padrões igual aos dos panos de cozinha das nossas avós?
Os incautos que pagam cerca de 80,00 € para assistir a tão degradante espectáculo não recearão ser atingidos por um pedaço de ranho que possa eventualmente sair dos 5 buracos que essas criaturas têm no nariz devido aos piercings que teima em espetar em todo e qualquer bocado de pele? Sim, ao que consta, também nas partes baixas os têm. É por isso que se esfregam com cuidado nessa zona do corpo, não vãos os piercings seguir juntos com a esponja e arrastar qualquer parte pendente.
Será que o irritante comboio turístico que nos atrasa todos os dias tem prevista alguma deslocação de velhinhas termais às andanças? Coitadas, não morrem do mal, morrerão decerto da cura das termas, se esta vier a incluir uma visita às andanças.
E a música, meu Deus!? Não lembra ao diabo. Todos agarrados uns aos outros, como num comuna, ao som de concertinas e gaitas. É arrepiante.
Parecem possuídos por uma divindade maligna, absortos, alheados de tudo e todos, escanzelados.
Dançam, dançam, dançam... até não mais poder, arrastando-se de seguida para as tendas não arejadas, partilhadas por rafeiros farfalhudos e fedorentos.
No dia seguinte, a mesma coisa, só o disco muda. As concertinas e gaitas vêem-se substituídos por acordeãos, tambores e adufes, que tocam, tocam, sem parar. Só as roupas dos andantes não mudam. Dizem que é para manter o ar popular.
E os vegetarianos que por lá existem? Que abuso! Virem para a terra da vitela de Lafões e do cabrito comer ervas, qual ruminantes. Enfartam-se de courgetes, cenouras, ervilhas e outras coisas verdes e pregam para os vizinhos das mesas anexas o sofrimento dos animais mortos para comida. Nem quero imaginar a cor das fezes desta gente, embora conceba ser uma mescla de verde escarro com amarelo peido.
Porque não fazem nessa altura uma matança do porco? Enfiavam no pescoço do dito um faca de metro e meio, trespassando-lhe a carótida com o gume, de modo a que jorrasse sangue durante três meios dias. Abriam-no de seguida em duas partes simétricas, rachando-lhes meia dúzia de costelas, para que visse o branco dos ossos salientes no meio da rosa carne. De seguida, encher-se-iam dezenas de morcelas, que se comeriam avidamente no sector vegetariano. Filmar-se-ia toda a matança e demais actos subsequentes. Posteriormente, passar-se-ia o filme em todo o recinto, para que fosse avistado por todos os andantes para onde quer que olhassem.
Sim, deixo a sugestão, no programa do próximo ano, que já percebi que ninguém os tira mais daqui para fora, incluam o atelier do Porco Guinchão.
Viajo amiúde pelo nosso país e confesso que não sei onde estas criaturas vivem durante o resto do ano. É certo que não visito cavernas e não gosto de caravanismo. Nunca vi tamanha concentração do mesmo género no mesmo sítio. Parecem todos saídos de um gigantesco frasco de Sun Quick com sabor – e cheiro – a andantes. Brahhhhh!
E os meios de transporte que utilizam? Carros velhos, com as rodas presas por arames – desenganem-se os mecânicos, que apelando ao espírito de entreajuda logo aparece uma alma que foi mecânico noutra vida e, munido de fiuo norte logo repara a avaria – dedos esticados para a estrada, culminando com unhas barrentas, porventura do barro utilizado na construção dos próprios pratos, auto-caravanas que tocam insistentemente baladas do Bob Dylan, Joan Baez e outros que tal da Flower Generation.
Estou seriamente a pensar em durante o evento, convencer os Ramstein a dar um concerto no paçal. Pode ser que o som os espante para outras bandas, talvez para a aldeia da Pena, onde facilmente os enterraríamos para todo o sempre, por lá ficando a procriar mais andantes, na imensa paz e amor de Deus Nosso Senhor, ou deuses para os politeístas.

Quinto, a reflexão.
O que leva a CM a apoiar um evento deste género? Não deixam um vintém na terra, não a promovem, antes a denigrem.
Qual o motivo que estará por detrás do apoio da Igreja aos andantes? Verão nos barbudos de cabelos compridos uma ténue semelhança com o rosto de Jesus Cristo ou pensarão que ainda é possível evangelizar os andantes e trazê-los de volta ao bom caminho, o que quer que isso seja?
É certo que a organização dá pelo nome de Pé de Chumbo, mas será que ainda ninguém reflectiu dos motivos de aqui terem aterrado e não mais terem levantado âncora? Ninguém pensou na razão do nome e do apelo que fazem a um metal pesado. Fartos de serem corridos a pontapé por onde passaram, abraçaram a inocência dos sampedreses e criaram raízes. Parece mesmo que vão mudar o nome para Pés-de-âncoras. Contentes deves estar os munícipios que os albergaram a título experimental!
O que me aborrece mais é que os nosso imperadores andam com um sorriso de orelha a orelha. Uns porque julgam ser uma vitória manter um evento como as Andanças no concelho. Outros porque esperam ansiosamente uma visita da PJ acompanhada por cães, seguida por detenções em barda, responsabilizando de seguida o pisão do senador Adrianus. Outros ainda porque vêem nas Andanças um excelente local para conviver de forma fácil e descontraída, sem compromissos, tão a ver, numa de «peace and love». Perderam, definitivamente, o norte.
Antes Nice, ao sul, com as palmeiras a baterem-me indelevelmente na janela sobranceira ao mar, por onde alcanço magotes e magotes de beautiful people, sem piercings, tatuagens, rafeiros e rastas. Vagabundos e errantes ao longe.
Au revoir.
 
 
O PARQUE TELHA DO CÉU

Assim, sim! Até que enfim! Finalmente!
Rejubilai, povo sampedrense. Eis que chega ao fim a era de hegemonia da infame freguesia de Carvalhais, burgo do imperador Adrianus, como alguém já o chamou, decerto com um quê de razão.
Já chega de tão exacerbado protagonismo para uma só freguesia, principalmente quando o concelho tem tantas outras. Ela é Andanças. Ela é zona industrial. Ela é Castro da Cárcoda. Ela é Escola Profissional. Ela é a Avicasal. Ela é Perfisa. Ela é Sicornete. Ela é a justiça de Carvalhais. Ela é a porrada do futebol. Enfim, uma panóplia de símbolos incontestáveis de sucesso, ainda que muitos à custa do Projecto Adrianizar, digo, Dinamizar, cujos méritos, diga-se em abono da justiça, são incontestáveis.
Assim continuaria o solitário caminho para o estrelato, não fosse o erro crasso de adrianizarem, digo, dinamizarem o Parque do Pisão, assim chamado pelo constante bate pé do já referido imperador Adrianus no que toca a coisas de Carvalhais.
E não se pense que é um qualquer baté, pois que se for caso disso, os dedões dos superiores apanham que se fartam.

Um bosque verde e fresco, trespassado por um riacho transparente de montanha, ainda vá que não vá, culpa da natureza, diríamos nós a título de desculpa.
Bons acessos para os poder desfrutar, também não era por aí, afinal, quem não se lembra dos estradões rasgados pelo Vitorino Sampedrense por essas serras fora?
Uma piscina plantada no sopé de uma colina, também se admitia, não só porque a água é gelada q. b., mas porque qualquer bimbo que se preze tem uma na extremidade do seu terreno mais próxima da via pública, para que todos a vejam. Vejam-se as que existem na estrada que nos leva à terra dos trapos.
O que já não se podia admitir, jamais, em tempo algum, era a conjugação de todos esses factores e designá-lo como um parque com «P» grande: Parque do Pisão.
Partiu-se a pega do cântaro.
Sorte a nossa, os que habitam na vila, por isso não nos afectar.
Na verdade, não é segredo que circula uma lista negra elaborada pelos opositores do imperador Adrianus que identificam todos quantos seguem em direcção ao P.P. (Parque do Pisão) e que, por sua vez, impede quaisquer aspirações à admissão aos quadros da Câmara Municipal aos que lá figurem.
Segundo, a existência do P.P. nunca faria sobressair a inexistência de um parque com «P» grande na sede do concelho. Afinal, quem vive na vila não gosta de se misturar com serranos, mas antes de se deliciar com os sempre atractivos programas termais organizados no denso interior da concha bivalviana.
Terceiro, quem na Vila quer ir a banhos não precisa da piscina da freguesia serrana, pois para tal basta descer até às Termas, com uma prévia passagem pela caixa de esmolas do padre, sempre necessária para custar o preço dos ditos.
Quarto, quem for cristão e não queira roubar o sustento ao pobre do padre – não padre pobre, atente-se – pode sempre deliciar-se com um banho de lama no embelezado Lenteiro do Rio, sim, lama, ou vão-me dizer que a substância castanha que por lá abunda o não é?
Estas razões constituem a prova provada que o pessoal da vila, onde orgulhosamente me incluo, se está positivamente a cagar para o sucesso do P.P. Não acreditam? Perguntem ao antigo senhor, actual doutor e futuro arquitecto onde fica o P.P. e vão ver a resposta. O P.P., dir-vos-á do cimo da sua sapiência e por debaixo dos seus p.p. (pêlos púbicos): não sei onde fica, mas sei onde não fica: em Tondela. Mais nada.
Adiante.
Quem ficou verdadeiramente eriçado com a desfaçatez do reaproveitamento do PP foi o governante da vizinha Rosconhos.
Para quem não sabe, Rosconhos é uma freguesia ponte.
Freguesia ponte porque apenas serve para passagem. Passagem para a freguesia do imperador Adrianus.
Tem ainda a particularidade dos seus habitantes serem uma espécie rara de cogumelos que se plantam à beira das estradas e, preferencialmente, junto aos sempre bem frequentados cafés que por lá existem. Com o tempo, vão criando raízes e entretêm-se a contar os passantes para o P.P..
Tudo estava bem se o número não tivesse aumentado com o chegar das Andanças. Após mais um forte pisão no calcanhar do supra-imperador, que fez com que este deixasse cair o evangelho homónimo, o imperador Adrianus conseguiu convencer os andantes piolhosos a regressarem ao seu burgo. E pronto, foi quanto bastou. Mais um bando de visitantes a frequentarem o P.P..
As Combi da Volkswagen não paravam de passar, assim como os Renault 5 cheios de fartas cabeleiras com rastas sebosas a esvoaçarem pela janela. Matilhas de cães rafeiros eram seguidas pelos seus donos e filhos destes, muitos e igualmente sujos.Não, era demais.
Farto de tamanha humilhação, afinal do seu caderno eleitoral constava a promessa de suplantar a freguesia do lado, algo que, a suceder, lhe permitira alcançar o cargo de imperador, o seu governante iniciou um longo período de reflexão, congeminando um plano infalível contra os seus vizinhos.
Numa clara tentativa de se demarcar do modus operandi do seu vizinho Adrianus, conhecido pelos valentes pisões, o celeste governante decidiu criar um estilo próprio que marcasse a diferença.
Assim, começou a dar cabeçadas sempre que algo não lhe agradava. A primeira que deu foi nas ridículas construções que o imperador se preparava para pôr no limite do seu burgo. E, tão forte que foi, que ainda hoje por lá se encontram a máquinas a remover os destroços de tão valente cabeçada. As torres gémeas foram limpas com mais rapidez.
A segunda deu-a quando já estava a ficar desesperado e via o seu vizinho a alastrar influência para a terra da laranja.
Eis senão quando, na sequência da terceira cebeçada, esta sem motivo aparente, derrubou um telhado de uma casa em construção, tendo sido atingido por uma telha com tal violência que, pensou, só pode ter vindo do céu.
Com poucos ferimentos, pois que a sua cabeça era dura que nem granito, veio-lhe à lembrança uma ideia peregrina: a construção de um parque.
Resolvida a questão da sua localização, que não poderia deixar de ser bem defronte á estrada de passagem para Carvalhais, onde os seus habitantes se pudessem continuar a deleitar na miragem dos transeuntes, ordenou a mobilização de cinco máquinas giratórias e três retro-escavadoras, bem como a requisição dos mais nobres materiais de construção.
Mandou fossem construídas trezentas mesas em forma de banana, de modo a que pudessem acompanhar a curva onde o parque se implantou. Cinquenta e sete baldes do lixo também na já referida forma curva pelos mesmos motivos. Por erro de cálculo na dimensão da área do parque – parece que a 29ª engenheira do município designada para o efeito considerou a envolvente do P.P. – tiveram de devolver à procedência duzentas e noventa e três mesas e quarenta e oito baldes.
No entanto, como tamanho não é documento – ensinaram-me esta os brasileiros quando lá estive da última vez – o parque de Rosconhos foi um sucesso.
Com honras de estado, a merecer a presença de todos os imperadores do concelho, um em cada ponta – parece que andam desavindos uns com os outros – continua, duas semanas após a inauguração, a ser visitado por carrinhas e camionetas vindas de todo o país. Há mesmo quem lá se desloque para de maravilhar com a análise de uma espécie de silvas, só aí existente, dizem que por causa da influência estática dos habitantes cogumelos.
Questão mais difícil foi a escolha do nome, que teria de ombrear com o P.P..
No momento da inauguração, quando o imperador Air-on-the-air aplaudia a contenção de despesas em tão magnífica obra, o governante de tão importante espaço deu a quarta cabeçada que se lhe conhece numa das 7 mesas do parque e disse: Parque da Telha do Céu, prestando assim sentida homenagem ao momento criador que havia sentido meses antes.
«Parque Telha do Céu, o parque onde se levanta o véu».
 
S. Pedro do Sul, Viseu

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