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robindotelhado
terça-feira, agosto 10, 2004
 

ISCARIOTE

Pois é. Aqui segue o primeiro post dirigido a alguém de carne e osso – ultimamente mais carne do que osso, pelos vistos anda a comer bem. Trata-se de uma absoluta excepção, mas penso que a abordagem que dá a alguns assuntos da nossa terrinha merece que lhe dê a honra de ser o estreante. Uma espécie de «prima nocte», devidamente adaptada, é certo. Ao que interessa.

Meu caro Afonso Iscariote, é como diz. Só um «porco capitalista» se poderia vender ao blog das Andanças. Só tenho pena que o tenha feito por tão pouco dinheiro. O peixe podia ter rendido um pouco mais, como que multiplicado, percebe?

Sim, um verdadeiro capitalista, ainda que porco, nunca se venderia por comida e uma pulseira de entrada num festival de 3ª categoria. Ainda para mais em troca de uma comida com aspecto de vomitado vegetal. Se fossem umas tostas de ovas de esturjão regadas com umas garrafas de Don Perrignon ainda vá. OK, estou a exagerar, afinal o menino não passa de um Chaimite lover.

E a pulseirinha?! Por amor do Deus patrono das Andanças, que deve andar com os bolsos cheios. Que nos livre e guarde. Onde já se viu coisa tão amaricada como as pulseirinhas coloridas que todos os errantes ostentavam orgulhosamente como se de uma distinção se tratassem?

Não leve a mal o que lhe digo, é para o seu bem, como para o seu bem serão as chamadas que lhe vou fazer relativamente ao texto que escreveu. A propósito, gostei do boneco. Principalmente da seta pronta a ser disparada.

Primeiro, começa por dizer que os meus textos mostram independência. À frente, umas linhas abaixo, diz que a minha independência é uma treta. Em que ficamos, Iscariote? Ou mostra independência ou não mostra. Nem sequer pense que sufrago pela minha independência, pois sou tudo menos independente. Só lhe peço é coerência, não vão os bloguistas pensar que o seu texto foi escrito por duas pessoas, melhor dizendo, por uma pessoa com dois pontos de vista, o próprio e o de um terceiro, quiçá comprador de capitalistas.

Segundo, fica-lhe mal pensar que a influência das pessoas advém da profissão que têm. Acha que é preciso ser advogado ou dirigente partidário para se ter influência numa vilória com a nossa? Não concede esses méritos a um simples funcionário balnear? Quem atende mais gente por dia, um advogado, um dirigente partidário ou um funcionário balnear? Quem ouve mais conversas de corredor, um advogado, um dirigente partidário ou um funcionário balnear? Não imagina o que uma boa massagem pode fazer à língua das pessoas. Pense nisso.

Terceiro, fala-me em cruzadas políticas e pessoais. Não sou eu quem faz parte de um partido da quinta divisão distrital, porventura com aspirações a liderar meia dúzia de putos traquinas com problemas de acne. Não sou eu quem tem pretensões políticas, senão inscrevia-me já no seu partido ou num outro qualquer em igual estado de desespero para angariar militantes, talvez num mais à esquerda.

Quarto, engana-se quando diz que não gosto da sua freguesia laranja e do seu imperador.

Quanto à freguesia em causa, aplaudo o facto de ser uma das mais desenvolvidas do concelho, talvez mesmo a mais desenvolvida. É por isso que me causa repugnância vê-la invadida por barbudos e cabeludos tatuados. Por que pensa que fugi para Nice durante essa semana?

No que tange ao imperador Adrianus, futuro presidente da Câmara Municipal, concordo com o carácter de divindade em que o investiu. Merece, na realidade, os louros que todos lhe põem sobre a angélica cabeça. Se num executivo tão mau qualquer pessoa normal sobressairia, o que se pode dizer de uma pessoa acima da média? Um Deus, no mínimo, não lhe parece? Há já quem diga que se prepara para expulsar todos os vendilhões do templo, mas à maneira de carvalhais, com uma enxada. Eu lá estarei para ajudar, atirando setas à distância.

Não pense que não reconheço os méritos das pessoas que os têm. Agora, não deixo é de pôr em causa algumas opções políticas, como seja o maldito festival do piercing, cujos adeptos tive de gramar na esplanada defronte à minha casa nos dias que antecederam a minha parida para França, a comerem tremoços e a beberem vinho tinto gelado.

No entanto, quem sabe se um dia não me venderei por um jantar e uma pulseira e não lançarei mão e pé da mais verrinosa verborreia para o (des)caracterizar?. Asseguro-lhe desde já que o preço será mais alto do que aquele que cobrou.

No mínimo um ano de refeições à borla no Chez Lapin, no Porto, ou no Terraço, do Hotel Tivoli, em Lisboa, dormidas incluídas. Quanto à pulseira, oferecerei o seu valor para a campanha do seu partido. Pode ser que assim tenham mais de dez votos nas próximas eleições autárquicas.

Quinto, quanto aos vinhos, lamento que meta os «finitos» e o UDACA no mesmo saco. Enquanto que os «finitos» são iguais em todo o lado, até no Chaimite se podem beber, os UDACA são vinhos muito bons. Aconselho especialmente o de 1989. Se andar endinheirado, talvez com a maquia por escrever posts «a metro» e sob encomenda, sugiro o Chateaux Margaux de 2000, que poderá adquiri por quaisquer 500,00 €.

Com o que ganho em alcavalas balneares, dou-me ao luxo de lavar os dentes com este néctar.

Fico à espera de uma contra-resposta vigorosa e insultuosa à minha pessoa. Mostre o que vale que eu prometo que não digo nada a ninguém. Quero ver a sua ira. Se se portar bem e me conseguir irritar levo-lhe uma t-shirt com a fronha do Le Pen estampadas no sítio dos mamilos.

Até lá, deleite-se com a primeira estrofe de «La Marseilaise», cuja tradução espero esteja ao seu nível:

Avante, filhos da Pátria,
O dia da Glória chegou.
O estandarte ensanguentado da tirania
Contra nós se levanta.
Ouvis nos campos rugirem
Esses ferozes soldados?
Vêm eles até nós
Degolar nossos filhos, nossas mulheres.
Às armas cidadãos!
Formai vossos batalhões!
Marchemos, marchemos!
Nossa terra do sangue impuro se saciará.

(Rouget de Lisle)

The show must go on!

(Queen).


 
Comments:
O Adrianus como presidente da Câmara? Quero ver isso. Vair cair o Carmo e a Trindade. Será que vai surgir uma lista de independentes à Câmara?
 
Vamos lá ver se a gente se entende...
O Adriano candidato a Presidente?
Era melhor que o zombie que ocupa o cargo. Aliás, tendo em consideração a actividade do nosso Presidente melhor seria dar-lhe o cognome de "A Amiba", no sentido literal do termo.
Mas voltando ao assunto, o Adriano vai entar nas listas do PP ou da ND?
É que pelo PSD, enquanto essa associação infantil fôr dominada pel' "A Amiba", vai ser difícil...
 
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