robindotelhado
REGIÃO DE TURISMO DE CARVALHAIS
O candidato irrisório, como lhe chamou um ex-futuro-pseuso político, resolveu – e bem – fazer um apanhado sobre as eleições para a Região de Tursimo Dão-Lafões. Digo «e bem» porque, propositadamente ou talvez não, os nossos jornais, designadamente, o Boletim Municipal, a que também chamam «Notícias de Lafões» não deram à questão a relevância que ela merece.
Desconheço a composição das listas que se candidataram, bastando-me que o nosso imperador Adrianus seja membro de uma delas para dedicar três ou quatro minutos sobre o assunto.
Deixei recentemente a minha casa da Bustarenga e aluguei um barraco em Germinade, Carvalhais, sito num monte com um acesso tão degradado que tenho a certeza que nunca ser merecedor de uma visita do nosso presidente. Foi essa, aliás, a razão da escolha do local. Não queria que, em véspera de eleições, ele por lá aparecesse com uma gravata sarapintada e um carro de 50.000,00 €/10.000.000$00. Podia partir um colector de escape e a BMW cobra muito caro.
Passando à frente, o facto de viver agora em Germinade leva-me a ser uns dos mais acérrimos defensores da freguesia de Carvalhais, mesmo em relação aos aspectos mais... pitorescos, como o da «justiça de Carvalhais».
Tudo isto para dizer que me parece evidente que devemos todos apoiar a lista do imperador, principalmente agora. Com a morte do n.º 1, o natural, ou talvez não, sucessor é o Adrianus. O facto de já ter perdido as eleições anteriormente não tolhe os seus intentos. Veja-se, a esse propósito, o número de vezes que o Tó Carlos se candidatou antes de ganhar a Câmara...
Aliás, a pujança própria de uma vitória é já uma realidade. Diz-se nos meandros da CM que as promessas do Adrianus, caso venha a ser eleito para a Região de Turismo, passam pela deslocação da sede para Carvalhais, onde a Escola Profissional cederá um espaço, construído com fundos europeus para o efeito, e pela mudança do nome. Doravante será «Região de Turismo de Carvalhais».
Assim, a capital do concelho passaria, num raio de 100 metros, a estar dotada de um cemitério alargado, uma igreja branquinha, uma escola profissional, um centro de formação, uma exploração agrícola biológica, um restaurante, um campo de futebol e um infantário - «A Bugalhinha». Se alargarmos o círculo, temos ainda um parque biológico, um parque de merendas, uma piscina e um campo de desportos radicais.
Com mais este sucesso que se adivinha e avizinha é caso para dizer: Adriano 20 – Tó Carlos – 0. É uma espécie de «os cães ladram e a caravana passa».
Fica a pergunta, Imperador Adrianus, concelho de Carvalhais, uma realidade a curto prazo?
OPERAÇÃO DE COSMÉTICA TERMALISTURGraças a Maomé – nesta altura do campeonato prefiro socorrer-me do barbudo do que de Deus, assim evitando um qualquer ataque suicida – o nosso Tó Carlos ganhou vergonha na cara.
Após aturadas auditorias e análises às contas da grande empresa do município, também conhecida por Termalistur, após um grande esforço de esticar ao máximo os ensinamentos da ginástica contabilística que admitiu fazer em plena campanha na Rádio Lafões, o nosso homem ganhou vergonha na cara, repito.
É certo que demorou um pouco, mas penso que a razão da demora se deveu ao tamanho do buraco financeiro. Dizem mesmo que a dita empresa esteve em risco de fechar as portas por perda de uma percentagem significativa do capital social, mas isso não interessa.
Não interessa, pois não? Se interessasse certamente que isso tinha sido tornado público. Ao fim e ao cabo, a população sampedrense acredita no Tó. O Tó é sério e frontal. Se o Tó não fosse assim não tinha ganho as eleições, porque os políticos que omitem dados desse género nunca são eleitos. Viva o Tó.
À frente.
Quando conseguiu sair do buraco das contas, o que só foi possível, tamanho era o buraco, com o recurso a uma grua com um cabo de 149 metros, o Tó ficou sem face, o espelho da derrota. Agora que tinha pegado o touro pelos cornos, apercebia-se que a situação era bem pior da que tinha previsto. O saldo não dava sequer para mais um porco no espeto. A vergonha ia ser insuportável.
Eis senão quando uma mente já habituada à falta de vergonha e aos saltos de cor política conforme as conveniências – quando o dinheirito falta na carteira é o car..... – se lembrou de fazer uma operação de cosmética.
Aqui entre nós que ninguém nos ouve, ele nem sabia ao certo o que isso era, tinha ouvido a expressão no Batatoon, mas quis avançar com a ideia para fazer algo de útil, que se não limitasse a levar um salário do caraças para casa ao fim do mês.
Nesse momento, passava por trás o Imperador Adrianus, também ele (agora) à frente do motor turístico do concelho.
Tendo ouvido a dita expressão, com a atitude expedita que se lhe conhece, resolveu levá-la à letra e executá-la.
Um telefonema para ali, um almoço acolá e bota p’ra cá mais um projetinho para criar uma secção de dermocosmética na empresa municipal do burgo. Mesmo a calhar.
De novo, o Imperador marca pontos.
Primeiro, uma secção nova na Termalistur equivale à criação de mais 10 postos de trabalho para as gentes de Carvalhais.
Segundo, uma ideia concretizada pelo Imperador equivale a uma não ideia do Tó, o que é bom, pois é mais um degrau na escalada no poder se adivinha e avizinha.
Terceiro, com a cosmética a dar resultados, podem todos comprar BMW de 50.000,00 € sem problemas.
Com uma boa dose de rimel termal, uma boa base, bem espalhada em ambas as faces, e um eye-liner, não há vergonha que venha ao de cima.
A Channel que se cuide.
DO MERCEDES AO BMW: EVOLUÇÃO ZERO
Quando começaram a surgir novos ricos em Portugal, um dos grupos que mais se destacou foi o dos empreiteiros. Movidos e motivados com uma política de betão liderada pelo vencedor das presidenciais enriqueceram de forma mais ou menos fácil, fruto do grande número de obras adjudicadas e do pouco controlo que existia sobre a sua execução.
Sem saberem muito bem o que fazer ao dinheiro, começaram a construir casas do estilo maison, quase todas com um R/C ocupado com lojas para guardar a ferramenta do trabalho e um primeiro andar dividido por um corredor que atravessava a casa de um lado ao outro, distribuindo mais ou menos à sorte para cada um dos lados a sala, os quartos, um wc e a cozinha.
A cozinha era a divisão mais importante da casa. A bem dizer era o centro nevrálgico da casa, onde se desenrolava toda a vida social. Dali só saíam para os quartos frios e de mobilados com camas horripilantes, de madeira envernizada, com pierrots espapaçados sobre os edredons acetinados de cor rosa.
Claro está, existia sempre uma televisão de pequenas dimensões pregada quase no tecto – estilo taberna – por forma a poderem ver todos os jogos do Benfica enquanto comiam uma febras afogadas em óleo Fula.
Feita a casa, o passo seguinte era compra de um Mercedes-Benz, modelo 190. Nunca percebi o que poderia levar uma condutor normal a comprar um carro com uma estrela à frente, com um motor sem potência, uma autêntica arrastadeira dos anos 80/90.
O certo é que eles os compravam e ostentavam orgulhosamente a estrela que guiavam e que os guiava. Era fantástico ver aquela gente atarracada com barrigas proeminentes a sair dos Mercedes.
Os tempos mudaram, só a vida na cozinha e as barrigas foram mantidas.
Os Mercedes deram lugar aos BMW, a estrela substituída pela hélice do avião sobreposta ao azul do céu. A potência dos motores aumentou um pouco, o preço também. O essencial do mau gosto continuou inalterado.
Porque não um Audi ou um Volkswagen. Mais potentes, mais baratos, igualmente cómodos...
Não havia nada a fazer. Era uma questão de status. Quem não o tinha por mérito, haveria de o ter à custa do dinheiro. Enfim, aquela mentalidade provinciana que defende que é o carro que determina a posição social de cada um.
No caso dos empreiteiros, até compreendo. Normalmente são gente que começou do zero e que, por isso, gostam de mostrar aos outros o dinheiro que possuem, comprando assim carros caros.
Já não compreendo aqueles outros que, à custa do dinheiro dos outros, não conseguiram evoluir e continuam pirosos nos carros, comprando BMW, ostentando gravatas com sarampo, devorando porcos no espeto com as mãos, comendo alarvemente com barretes enfiados na cabeça, bebendo vinho de garrafão...
Não entendo mesmo. Com 50.000,00 € (cinquenta mil euros) compra-se um Jaguar em segunda mão. Uma gravata Boss não é muito mais cara que uma sarapintada e, ainda que o seja, vale mais uma daquelas que duas destas. Um tornedó à Wellington custa tanto como três sandes de porco no espeto. Um copo de vale Meão custa tanto como um garrafão de Penalva.
Um pouco de bom gosto sff, já que o dinheiro é nosso, ao menos gastem-no com estilo.
Por falar em BMW, proponho-me como assessor de imagem do Tó Carlos. Só quero 2.500,00 euros por mês e uma placa na minha porta com o cargo desempenhado: Robin - assessor de imagem. Bonito!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!