NÃO FECUNDEM O CÉNICOHá uns cromos da nossa vilória que têm o hábito de fazer suas as coisas dos outros. É assim com as mulheres, com as obras, com as ideias e, para o que agora me interessa, as frases.
Não querendo cometer semelhante falta, vou dar a devida nota da autoria da frase que a seguir vou proferir:
«não me fecundem a cabeça». O verbo fecundar (do latim «fecundare») não é aqui utilizado no seu sentido comum, ou seja, ao acto de fazer uma fêmea gerar um novo ser, de emprenhar a fêmea, portanto.
Nesta frase, o nosso Bêbado da Silva quer apenas e tão só dizer o seguinte: «não me fodam os cornos».
Meu caro Bêbado da Silva, estou consigo. Não no que toca à bebida, mas sim quanto à frase. Não me fecundem.
Isto tudo devido ao último post de um dos últimos blogues sampedrenses:
http://combatereresistir.blogspot.com, cujo título era qualquer coisa do género «O Cénico e o 25 de Abril».
Imaginem-se em Copacabana a mascar umas Tridente Fresh de mentol ou clorofila. Os trincantes a trucidarem-na, a saliva afluir e a misturar-se com o fresco daquelas ervas. De repente, um puto traquina desdentado, atira-vos uma mão cheia de areia para a boca, que logo se mistura com a pastilha elástica. Conhecem a sensação dos grãos de areia a dividirem-se noutros mais pequenos e a preencherem as cáries mais minúsculas? Horrível não é? De certeza que fazem como eu.
Cospem a pastilha o mais rápido que podem, pisam-na repetidamente e, quando o branco desaparece, correm atrás do chavalo e colam-lha no meio da carapinha. É giro, há coisas em que somos todos iguais.
Toda esta descrição de merda para vos dizer que foi esta a sensação que tive quando li o posto dos combatentes/resistentes. Aquela argumentação deixou-me desvairado. Até tinha achado alguma pertinência aOS posts anteriores.
Resumidamente, dizem os soldados do
Exército Vermelho, a mando do seu general, presumo, o seguinte:
1.- O 25 de Abril é igual a democracia e foi conseguida pelos comunas de punho fechado.
2.- Os gajos do PSD e do PS meterem-lhes os punhos pelo cu acima e mandaram-nos dar uma curva, o que foi mau, não o punho, mas a curva, que se transformou numa recta e nunca mais lhes deram hipótese de nacionalizar umas cenas.
3.- Em S. Pedro do Sul, o único democrata é o Dr. Gralheiro, criador do Cénico e das memórias do homem no cosmos, na galáxia, no planeta, no continente, no país, no distrito, no concelho e na vila, que está a pensar em comprar a Gazeta da Beira porque já ninguém tem pachorra para o auto-elogio das ditas memórias.
4.- O Professor Castro é um Troca-Tintas barbudo que escreve uns era uma vez para boi dormir e que se juntou ao Tó Carlos vingador e mesquinho.
5.- Porque são anticomunistas primários, chamaram os gajos de Tondela.
Se eu fosse médico, o meu diagnóstico era um e um só: dor de corno.
Como não sou médico, direi apenas que os moços vermelhões têm razão em estar chateados. Até concordo que os gajos de Tondela não eram precisos para nada, mas não pelo motivos que invocam.
Sinceramente, quero mais que o Cénico se
fecunde. Não quero saber que a vereadora Instância tenha
gostado imenso do seu último espectáculo. Não vi, não quero ver e, quase que tenho raiva de quem viu. Tantos episódios dos Morangos com Açúcar e estes fulaninhos armados em Jean-Baptiste Poquelin (Molière, para os que não o conhecem por aquele nome).
A questão não é o Cénico, nem o papel que teve ou deixou de ter em S. Pedro do Sul. Tão pouco o seu fundador e principal (único) criador. Não quero saber. As memórias estão escritas e alguém as há-de ler, nem que seja como alternativa ao Valium ou ao Xanax.
O busílis para mim é este:
1.- S. Pedro do Sul tem um mamarracho a que a elite local chama pomposamente de Cine-Teatro.
2.- Como era um prédio muito feio e de dimensões consideráveis era complicado deitá-lo abaixo, medida louvável e que teria permitido pôr fim àquele prédio do estilo revolução industrial.
3.- Como o presidente da Câmara anterior ao Tó Carlos o mandou reparar (sim, o Tó Carlos não fez nadinha, como sempre) tinham que lhe dar algum uso, quanto mais não fosse para justificar mais uns contratos e outros tantos funcionários;
4.- Inauguração ou re-inauguração, como pretendam. Quando, como o dia mundial da doença de Parkinson já tinha passado, escolheu-se o 25 de Abril, aquele dia que toda a gente aproveita para tirar férias e, por isso, ninguém cá está.
5.- Até aqui tudo bem. O Professor Castro esteve bem. Tem uma sala para inaugurar e escolheu um dia qualquer para isso.
6.- Já esteve mal, e só por isso o critico, quando escolheu o ACERT. Não por ser melhor ou pior que o Cénico. Não por ser de fora ou de dentro do concelho.
7.- A merda de tudo isto é que por causa dessa escolha vamos ter de levar com mais umas quantas páginas das memórias do Dr. Gralheiro a falar da política cultural do executivo do Tó.
Bem sei que as memórias não são escritas no Notícias de Lafões, a que chamam também Boletim Municipal. Bem sei que se isso acontecesse o obituário passava mais despercebido. Bem sei que o Tó Carlos se quer vingar do Dr. Gralheiro por este ainda não o ter referenciado nas memórias, mas não me fecundem, nada justificava tamanha atitude. Agora temos memórias para mais uns anitos e assim o Silva não volta a escrever na Gazeta.
Por tudo isto proponho que: ninguém compareça à inauguração; sejam atirados tomates podres às dondocas aperaltadas que saem dos covis da vilória nestas ocasiões; sejam construídos cartazes a exigir a inauguração pelo Cénico; levantem-se barricadas nas estradas para impedir a vinda do ACERT; deixem o Dr. Gralheiro falar de si próprio durante 45 minutos e o aplaudam 20 vezes.
Saudações cénicas e não me
fecundem.
Robin
ECOPONTOS EM NEGRELOS
Para os que pensam que este blogue apenas serve para dizer mal e criticar por criticar – sim, é verdade, há quem cometa a injustiça de o afirmar – quero-o utilizar para vos dar conta de uma notícia digna desse nome.
Trata-se de uma novidade mundial com particular relevância política para o nosso concelho, pois a estreia teve lugar em Negrelos, especificamente,
em frente à fonte da Rua Principal e o café do Senhor Alberto – ver aqui:
http://www.negrelosonline.blogspot.com/.
Trata-se de uma invenção extraordinária que demorou muitos e longos anos de aperfeiçoamento e testes, tendo sido apadrinhada por personalidades tão díspares como o Dalai Lama, José Castelo-Branco e Fernando Gil.
Estou a referir-me aos
três ecopontos de Negrelos, colocados pela empresa de lixo do Tó – Planalto Beirão – e a pedido daquele enquanto nosso presidente.
Isto sim é uma obra digna desse nome. Um feito, mais importante que a lavagem dos pratos da feijoada com Fairy aquando da inauguração da Ponte Vasco da Gama. Para não ser deixada em claro, a CNN vai fazer a cobertura e o Tó Carlos vai botar faladura para o povo.
Cabisbaixo e envergando a sua gravata verde às pintas azuis, numa clara alusão à defesa e promoção do ambiente, vai fazer chegar ao mundo as suas preocupações ecológicas e dar-nos a conhecer que o seu pedido de financiamento de 250.000,00 € para a compra de mais 10 ecopontos em Travanca e Novais – estes para pôr
em frente à loja da Ti Maria, defronte ao palheiro do Ti Manel – foi indeferido por falta de capacidade de endividamento.
Pois é, meus amigos. Isto é que são notícias. O Ministro do Ambiente que se cuide. Com tanta acuidade e atenção, quando olhar para o lado vai ver um despacho de exoneração com o seu nome e um outro de nomeação com o seguinte: Manuel Silva. Daqui à despoluição do Trouço vai ser uma questão de segundos, oh larila!
«Depois do 25 de Abril de 1974, foi o primeiro Presidente da Comissão Administrativa da Câmara de S. Pedro do Sul, de onde foi “corrido” no “Verão Quente de 75”.
Presentemente, “assumiu" o papel de “consciência histórica da Esquerda”, no distrito e Viseu...
Nota: de uma carta de um pai de um dos pequenos actores do “Cénico/Infantil”: “Minha família, como muitas nesta sua terra, estará sempre em dívida pelo seu trabalho, sem preço, oferecido à educação dos nossos filhos”.»
Desconheço o autor destas considerações, mas o termo «corrido», mesmo que entre aspas, não me parece apropriado. O mesmo se diga relativamente ao «assumiu», por dar a ideia de se tratar de uma pessoa a quem nada é atribuído, tendo de ser ele a fazer tudo, a elogiar-se, a assumir-se.
Não havia necessidade, meus amigos... Depois admiram-se das críticas que o senhor faz nas crónias da Gazeta.
O TÓ...
Por via de regra, gosto conferir um título apelativo aos meus posts. Tenho esperança de assim conseguir duplicar os meus leitores. Um aumento de 100%, uao! É certo que, para isso, basta ter um novo, mas enfim.
No caso deste não consegui. Pensei em vários. «O desespero do Tó», nah, muito dramático. «O Tó Encurralado», também não, muito rústico. «O Pânico do Tó», nem pensar, pouco condicente com a sua simpatia. Decidi então chamar-lhe apenas «O Tó...». Assim espero conseguir alguma interactividade. Cada um acabará o título como quiser.
Uma coisa é, porém, certa, o Tó está desesperado e, não vai tardar muito, fica encurralado.
Durante a campanha vergonhosa feita no boletim municipal - que, aliás, logo após as eleições, deixou de ser publicado - vangloriou-se do facto de ter conseguido recuperar uma coisa que ele próprio havia feito perder: a capacidade de endividamento.
Não percebi a razão de tanta festa, bom seria que nunca a tivesse perdido, mas enfim, com meia dúzia de fait-divers lá consegui levar o barco a bom porto e manteve o seu sustento por mais uns tempos.
Agora é que o caldo se entornou. O Tó voltou a perder o que tinha recuperado e que anteriormente tinha perdido. É claro que desta vez não houve notícias no boletim municipal.
E agora, Tó? Que fazer? Será que os teus eleitores te vão perdoar? Será que vão aceitar as tuas teorias para o facto?
Porque não quero correr o risco de ver esgotados todos os maços de tabaco nos cafés das redondezas e ter de ir às Chousas comprar os meus, vou dar-te umas sugestões para saíres limpo desta barracada. Permite-me mesmo que cometa a indelicadeza de te tratar por «tu», mas é para te sentires mais aconchegado.
1ª – Atirar as culpas para cima do Adriano, alegando que ele é o culpado, que gastou todo o dinheiro que havia em Carvalhais. Com um só tiro – as munições estão caras e a CM está quase falida – resolves vários problemas: vês-te livre do Adriano de uma vez por todas e consegues um levantamento popular contra aquela freguesia, eventualmente a sua exclusão do concelho de S. Pedro do Sul;
2ª – Tentar outra vez aquela história à Guterres, como fizeste no debate da Rádio Lafões, dizendo que é só fazer as contas; que de certeza que a DGAL se enganou; que está já em campo uma comissão de estudos e acompanhamento liderada pelo hair-on-the-air e que tudo se vai arranjar; que é, no fundo, uma questão de engenharia contabilística; mais umas receitas imaginárias daqui, umas despesitas de fora e pronto, o saldo compõe-se;
3ª – Uma saída mais habilidosa é fotografar a ponte da verga, com os candeeiros de luz feérica a iluminarem os Champs-Elysées cá do sítio; se a fotografia for boa, talvez dê para alegar que a dívida foi toda para pagar a o aço da verga;
4ª – Dizer que, afinal, o BMW não custou nada 50.000,00 €, mas sim 500.000,00 €, por causa dos vidros à prova de bala e a carroçaria blindada anti-tanque, para evitar ataques dos credores injustos e apressados, aqueles que não são capazes de esperar um ano ou dois pelo pagamento dos seus créditos;
5ª – Invocar que a Câmara foi condenada a pagar em tribunal uma factura da fechadura dos claustros que o Dr. Gralheiro teve de forçar para fugir à multidão em fúria que queria correr com ele; que, com juros, a fechadura de 25$00 passou a custar 1.000.000,00 €;
6ª – Explicar que após as críticas às gravatas com sarampo foste obrigado a contratar dois assessores de imagem que só fazem compras em Itália na Giorgio Armani, obrigando a um orçamento mensal de 100.000,00 €;
7ª – Dar exemplos, muitos exemplos; dizer que a sociedade portuguesa está toda endividada e que daí não vem mal ao mundo; que os jovens – toda a gente gosta que se falem nos jovens – estão com os orçamentos limitados por força dos créditos à habitação e créditos pessoais, logo também uma autarquia o pode estar;
8ª – Dar uma de homem com «O» grande, como disse o outro; hipotecas a tua casa e ofereces o produto da venda ao município; compras o BMW à Câmara;
9ª – Vendes as águas das termas a um qualquer grupo financeiro por 1.000.000.000.000,00 € e fazes um brilharete: um rave de porcos no espeto animada pelo DJ Vibe;
Podíamos ficar aqui mais umas quantas páginas, mas acho que já chega. Com estas minhas ideias vai tudo correr bem. Se estas ideias não servirem, estás mesmo tramado. Se assim for, deixo aqui o contacto de uma amiga minha de Felgueiras que poderá dar algumas sugestões para conseguires FUGIR desta difícil situação em que te encontras: 255318000.
Boa sorte!
O TOP MAIS
Quase que de forma imperceptível, somos educados a classificar e ordenar tudo quanto nos rodeia. Toda a gente tem um top. Um top de músicas, um top de veículos automóveis, um top de ex-namoradas, um top de restaurantes e por aí fora. Conheço até quem tenha um top de pêlos púbicos, vasto, até, segundo dizem ou ele quer fazer crer.
A nossa tendência é encararmos os tops como algo de positivo, pelo que (quase) toda a gente anseia estar no top. Como a concorrência é cada vez maior em quase todas as áreas, a entrada e permanência no top nem sempre é fácil. Como diria o outro, é mesmo difícil.
O nosso Sócrates, através da DGAL (Direcção-geral da Administração Local), resolveu criar uma maneira simplex de nos dar uma panorâmica da COMPETÊNCIA e da ELEVADA CAPACIDADE DE GESTÃO dos nosso autarcas, tendo como únicos critérios o dispêndio de dinheiro e a não realização de obra digna desse nome.
Para o efeito, delimitou um período de sete meses – de Junho a Dezembro de 2005 – e abriu os jogos. Quem mais gastasse entrava no top.
Depois de vencida a aposta de transformar as Termas de S. Pedro do Sul na Vichy portuguesa, o nosso Tó Carlos, entretanto nomeado administrador da lucrativa Termalistur, virou-se para o nosso município e não poupou o seu suor para entrar no top da DGAL.
Não se pense que foi tarefa fácil. Perder a capacidade de endividamento é complicado, principalmente quando falamos de um município que detém uma fonte de receitas extra: a «renda» paga pela Termalistur.
Apesar de tudo consegui-se: a dívida, já de si grande, conseguiu um forte incremento de 63%, sessenta e três por cento. A alegria da equipa camarária foi ainda maior quando se aperceberam que Vouzela apenas subiu 4%, embora também tenha ficado impedida de contrair mais dívidas neste ano.
Dizem que para conseguir entrar no top 10 está já em marcha um plano de emergência, que passa por duas festas de porco no espeto e, surpresa das surpresas, na aquisição de um BMW série 7, transitando o série 3 para o imperador Adrianus, como recompensa pelo seu contributo como vise-presidente.Parabéns Tó. Estamos no bom caminho, mas não podemos parar. O Top 10 é que está a dar.