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O GRANDE TIMONEIRO
Antes de mais, peço imensas desculpas ao ilustre autor do blogue Portugal Livre pela cópia do título. Fi-lo apenas para melhor identificação da reflexão que se segue.
Este post é especialmente dirigido àqueles que pensam que, em termos locais o marketing político não funciona. Desenganem-se, incautos. Funciona. Funciona Bem. E é bem caro.
A foto que está disponível nesse blogue demonstra o que acabo de dizer de forma cristalina. Por certo não pensavam que se destinava apenas a revelar os dotes fisíco-faciais do nosso timoneiro, que por certo os tem.
Também não é para nos dizer que o senador Maximus tem mau gosto por gravatas, coisa que, ainda que se desconhecesse até ao momento, não passaria despercebida a um cego após o visionamento de tão bela fotografia.
Nada disso. Uma mensagem subliminar. É o seu objectivo último.
Quando digo subliminar não quero dizer que é só para alguns entenderem. Não. É subliminar, mas susceptível de ser por todos compreendida.
Mais, para além de compreendida, pode ser comprovada. É uma das mais avançadas técnicas de marketing político: compreensão-comprovação.
Se repararem, por detrás do timoneiro são visíveis dois planos distintos do rio, ambos reveladores de uma acalmia total. Na parte mais baixa do rio, quase imperceptível, vê-se um pequeno remoinho, causado pelo jacto de água aí instalado.
Ao fundo, quatro arcos de uma ponte de pedra, sólida. Firme e hirta, diriam alguns.
Vejamos os significados desses elementos.
O primeiro plano do rio corresponde ao primeiro mandato, do timoneiro. Calmo, sem problemas de maior, primou pela ausência de toda e qualquer obra. Por isso não se vêm nenhumas ondas.
O segundo plano do rio, situado uns centímetros mais abaixo, corresponde ao segundo mandato. O remoinho que aí se vê significa as promessas feitas, que haveriam de jorrar das mentes brilhantes que compunham a sua lista. É por isso que se vê parte do jacto de água ou, pelo menos, os seus efeitos.
Neste plano, vivia-se alguma euforia, motivada por tantas promessas e da respectiva qualidade e envergadura.
O pior vem depois, o último plano. Mal escolhido.
Deveria o marketing político ter tirado a foto no sentido contrário do curso do rio. No sentido ascendente.
Pois é. O facto do timoneiro estar colocado no sentido do rio significa que o resultado de tantas promessas só poderia redundar no seu incumprimento, no seu decaimento, tal qual a água que segue o seu curso.
Os arcos da ponte, que mais parecem ter sido escavados pela força da água – significativa das promessas – conduzem-nas inexoravelmente à sua queda, ao abismo.
Nem mais, meu caro timoneiro. Também este será o seu fim: o abismo político que se avizinha e que lhe adivinho.
É este o fim para quem não cumpre o que promete e não o assume. De nada lhe valerá a verga – da ponte. De nada lhe valerão as máquinas que rompem os muros seculares da curva da caldeiroa, para aí plantar um hipermercado.
Não se esqueça das sábias palavras de um presidente do seu partido: «a mesma água não passa duas vezes sob a mesma ponte».
O marketing político não o salvará, pelo menos este. É certo que nos mostrou e permitiu comprovar o que se adivinhava, mas o resulatdo é mau demais.
A barca em que segue está já por debaixo dos arcos da ponte da fotografia. Eu estou no fim da cascata à sua espera com uma rede. Sim, porque não quero que fique desempregado após a queda. Quando isso acontecer, despeço-me do balneário e ofereço-lhe o meu emprego, ok?
E não se preocupe, porque o Robin cumpre as suas promessas!