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robindotelhado
quarta-feira, abril 20, 2005
 
DODOT

Não. Não é um patrocínio deste blogue. Quem iria patrocinar um blogue que ninguém lê e sem interesse nenhum, excepção feita ao seu autor, que ainda vai tirando alguma satisfação pessoal pelos desabafos que faz? Ninguém.


Dodot por ser uma conhecida marca de fraldas, entre outros produtos que comercializam.
Dodot por serem as mais absorventes.
Dodot por serem as mais ergonómicas e, por isso, não deixarem passar a urina.
Dodot por serem as mais fáceis de colocar.
Dodot porque tem uma gama ampla que abrange todos os tamanhos e pesos.

Sim, sim, também as há para pessoas com quase um metro e noventa. Também estes gigantes têm direito a borrar a cueca e, como tal, a deixar de as usar, substituindo-as pelas Dodot.

Falo-vos da Dodot porque constou-me que a CM vai abrir um concurso para fornecimento de fraldas para adulto desta marca.

Porque não gosto de boatos, rumores e falsidades, perguntei se tal medida se destinava à acção social da dita CM, porventura para que os adultos do concelho pudessem suportar as suas escorrências com mais dignidade. Disseram-me que não.

Indaguei se era para acautelar e, de certa forma, antecipar o regresso do MIJA. Também mo negaram, dizendo que a Dodot, após consulta, tinha informado que ainda não faziam fraldas que absorvessem vinho. Não percebi a resposta, mas verifiquei que também não era esse o objectivo.

Após alguma insistência e uns penalties no Tropical, lá consegui arrancar a informação. Com a língua mais solta que um badalo, não sei dos penalties entretanto sorvidos, se do tema, lá consegui a resposta. Consumo interno. Para o topo.

Estranhei, sinceramente. Nunca tinha visto ninguém que aparentasse andar com, a cueca borrada. Pelo menos nunca senti um cheiro condicente. Justificaram-me tal facto com a mudança de cuecas de hora a hora.

Para evitar tantas idas ao WC, que já começavam a levantar suspeitas junto dos 10294 colaboradores, resolveram então recorrer à Dodot como medida urgente para pôr fim à saída de tanta merda. É que já cheirava mal!

Como uma coisa leva à outra, quis saber a razão de tanta preocupação. Convenhamos, homens a borrar cuecas não é coisa habitual. Teria de existir um motivo.

Novas sondagens. As laranjas estavam em queda. Confiantes nos 85% iniciais, relaxaram e andaram a cantar de galo por tudo quanto era tasco. As mais recentes já davam as rosas muito próximas. À distância de um espinho, tanto quanto sei. Um diferença pequena, portanto.

Como se tal não bastasse, algum informador mais desatento resolveu dizer que uma laranja jotinha tinha estado a almoçar com os chefes das rosas e um intermedário de identidade desconhecida. Caganeira generalizada. Doze pares de cuecas compradas num repente e 33 Ultra-levur tomados de uma só vez.

O colapso total. Reuniões de emergência. Notícias de 1ª página com fotos desfocadas, não vá a moça tornar-se reconhecida na rua e começar a ser apoiada publicamente. O Silva a comentar com o Borges. O Borges a tramelar com o Fandinga. O Fandinga a segredar ao Henriquinho. O Henriquinho a levar e trazer tudo ao Big Boss. O Matos parece que esteve ausente, perdido num qualquer gabinete, não de amores, claro está, mas de trabalho. O imperador numa prece, pedindo aos papas, falecido e empossado, que o ajudassem a varrer toda aquela gente dali para fora.

Ao mesmo tempo, surgiam confirmações e desmentidos de ambos os lados. Os Ubus saíam de informação nas mandíbulas para todo o lado.

O mais importante. Sem ninguém chegar a conclusão alguma, não fosse essa a intenção dos autores da notícia, as fraldas acumulavam-se. O Ecocentro não as recebia, tal a merda que traziam impregnada. «Botem-nas ao rio», sugeriu o bivalve. Com o projecto de limpeza que vamos aprovar isso limpa-se tudo.

Usem e abusem das fraldas. Sujem-nas de mijoca amarela ou diarreia esverdeada. No que toca à minha parte, fico-me pelas toalhitas da Dodot, que também as tem. Preciso delas para limpar as lágrimas que me escorrem desenfreadamente da alma. Que triste concelho este. Um total e imenso deserto de ideias. Boatos e ataques pessoais. Que grande merda aqui vai.
 
sexta-feira, abril 08, 2005
 
OS SACOS DE LIXO DE 60 LITROS

Elas andam aí.

Os boateiros e maquiavélicos mentores já começaram a afiar as garras. Como falcões, com as garras afiadas, lançam-se em voo picado e rasante sobre as suas presas.
Não as colhem. Não é disso que se trata. Se as colhessem não sabiam o que fazer com elas. Já não têm promessas que lhes sirvam.
O voo rasante é apenas para as amedrontar. Do estilo, cuidado, lembras-te da música «fica quietinho senão levas no focinho?». Vê lá se queres que te rebentemos o dito!

Esta é a primeira atitude quando elas se aproximam. É também a menos grave.
Porra, afinal estamos com 30 anos de democracia! Já ninguém tem assim tanto medo. Só os que dependem deles, mas esses também não contam para os censos. Não são assim tantos e, mesmo que sejam, não convencem ninguém, nem a elas próprios.

A segunda atitude é que me deixa mais apreensivo. Não pelos resultados, mas pelo carácter deplorável da exploração que lhe está subjacente. Roça o risível.

À medida que chega a hora delas, começam os expedientes. É certo que têm de ser todos devidamente enquadrados com a dimensão local. Não estavam à espera de ver o candidato da junta de S. Martinho das Moitas ou de S. Cristóvão de Lafões na Lux ou na Caras ladeado pela Lili Caneças e a Joana Lemos, pois não?

Estou a falar de coisitas mais terrenas. Ora são vistos a almoçar com um vereador de segunda, ora são convidados para a inauguração do rego da «Vessada de Cima», ora são vistos em 23º plano no boletim municipal.
Enfim, tudo coisas que têm a importância que têm, sem desprimor para o rego da «Vessada», claro está.

Do que me rio é da solenidade que dão a estas ocasiões.
O ar. Circunspecto. Chegam todos a parecer intelectuais, cientistas acabados de descobrir mais uma nova forma de aceleração de partículas.
Sentem-se bem. Apoiados pelos senhores da Câmara. Somos importantes, carago. É isto que pensam aquelas pobres almas.

Não se deixem enganar.
Ponham-se no papel de um saco de lixo de 30 litros antes de ser usado. Todos gostam de lhes pegar porque ainda estão limpos. Têm uma tarefa, mas que se esgota assim que é cumprida tal função. Em suma, quando a merda já está feita só servem para a embrulhar. Depois, vão para o lixo.

Mutatis mutandi, quando elas chegarem ao fim e, independentemente dos resultados, são postos a fazer aquelas tarefas de grande valor social e político, emitir atestados de pobreza, passar as licenças para os canídeos e por aí fora.

Um conselho vos dou. Não queiram ser sacos do lixo de 30 litros. A serem-no, sejam de 60 litros e, quando elas terminarem, rebentem sobre a cabeça de quem vos apaparicou durante uns breves meses. Ao menos enchem-nos de vermes pestilentos e odoríferos.

Já agora, estava-vos a relatar o processo pré-eleitoral das autárquicas. Em breve vou trazer exemplos concretos.
 
sexta-feira, abril 01, 2005
 
O CHARME DA ZEBRA DE PEDRA

Já andavam com saudades das minhas alusões ao Dicionário da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa, não era? Eu sei que sim!

Hoje vou falar-vos de um substantivo masculino que começava a escassear na sociedade sampedrense. Já repararam que estou a falar no passado? É que agora, parece, vamos tê-lo em abundância.

Estou a falar do CHARME: «qualidade do que agrada e atrai por ser encantador, belo fascinante». Existem também as OPERAÇÕES DE CHARME: «procurar cativar ou seduzir valendo-se do seu imaginário ou real encanto».

Com que então, pensavam que não tínhamos disto em SPS? Tempo houve em que assim foi, mas o nosso master senador resolveu por bem pôs cobro a tal insuficiência.
Arguto como é, resolveu fazê-lo do início. Conhecedor da lei da gravidade como ninguém, quiçá por acordar todos os dias sob quase dois metros de altura e altivez, que também a tem, resolveu começar por baixo. Literalmente.

Após se cansar de nada fazer, porventura por falta de dinheiro, talvez por incapacidade, quiçá por inabilidade, resolveu ordenar ao seu senador menor de altura e maior, muito maior em esperteza – não inteligência – que fizesse algo na vila que as pessoas fossem obrigadas a ver.

Não, não estou a falar da ponte maldita, dessa não falarei tão cedo, a não ser que seja para sugerir o seu aumento de altura, de modo a que os sampedrenses inúteis se possam suicidar, lançando-se em voo livre sobre as pedras alisadas do Sul. O António da funerária é que ia ficar contente. Talvez desse sociedade ao Teixeira, tantos que iam ser os mortos!

É claro. Estou a falar das passadeiras. Das encantadoras passadeiras que passam a atravessar a Serpa Pinto. Já se deram conta da sua beleza? Do seu carácter inovador?
Paupérrimos como estão, poderiam ter-se decidido por pegar numa trincha de meio metro e pintar uma inestética zebra no alcatrão, mas não. O nosso grande homem sabe fazê-las.
Mais, o nosso grande homem quer que saibamos que foi ele que as fez. É por isso que as suas iniciais vão constar na parte central. Aguarda-se que chegue a pedra calcária, para o realce ser notório.

A escolha da pedra como material na sua elaboração não é por acaso. Já havemos de estar todos a fazer areia sete palmos abaixo da terra e ainda elas lá vão estar. Praticamente imunes ao passar do tempo e dos carros vão permanecer por debaixo das solas dos nossos descendentes. Um encanto, não acham?

Por detrás da sua construção está, uma vez mais, uma subliminar intenção política: o renascimento do comércio em S. Pedro do Sul.
Com as excursões de pessoas que se avizinham para calcar as passadeiras e atravessá-las vezes sem conta, vão ver a nossa populaça a sair do Sílvio e a entrar no Gastão. A entrar no Camaca e a voltar atrás para ir ao Salazar. A levantar dinheiro na Caixa Geral de Depósitos, comprar uns certificados nos CTT e fazer um depósito no Millennium.

Fascinante! O que não fazem umas passadeiras de pedra! Já têm mais um voto, o meu.
Quando me dei conta que ainda há muita gente a cagar para fossas e para o nosso Vouga, confesso que era para votar no partido do grande senador, mas agora que vi que ele faz passadeiras de pedra, arrependo-me de todos os meus pensamentos ínvios.

Vou votar em si. É uma promessa! Tão certa como eu ir de gatas à Senhora da Guia com um gato morto preso pelo rabo na boca!
Uma operação de charme como esta merece a nossa confiança, mais nada.
 
S. Pedro do Sul, Viseu

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