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robindotelhado
segunda-feira, julho 25, 2005
 
O BAR DO SOGRO

Seguia calmamente na faixa direita de rodagem, atento o sentido que levava.
Reduzi a velocidade e contornei a piscina, perscrutando por de entre a multidão alguma miúda mais catita. Como os pêlos no peito abundavam, quase em igual número dos palavrões que eram ditos em elevados décibeis, segui a minha marcha em direcção ao balcão do Bar do Sogro.
A música que se fazia ouvir, o «Dame mas gasolina», dos Daddy Yankee, era devolvida pelo efeito ricochete das mesas e cadeiras vazias espalhadas pela esplanada.

Quando estava prestes a imobilizar o meu par de calcantes, os meus braços repousavam já no balcão de pinho tratado, surge pela minha esquerda uma jovem funcionária, a quem vou chamar de jovem 1, por questões de privacidade. Para quem viu, a velocidade que imprimia às suas sandálias era manifestamente exagerada paras as condições da esplanada, fosse pelo piso húmido, fosse pela proximidade de obstáculos angulosos, fosse, finalmente, por seguir carregada com duas caixas de Água das Pedras Levíssima.

Como um azar nunca vem só, à minha direita vinha outra jovem funcionária, a quem vou chamar jovem 2, pelos mesmos motivos já referidos. Embora seguisse a uma velocidade inferior à da jovem 1, tinha acabado de desfazer a curva fechada à direita, no sentido interior-exterior do balcão, seguindo totalmente alheada da realidade, imersa nos seus pensamentos e carregando em cada um dos braços uma grade vazia de Super Bock Twin.

Para ajudar ao ramalhete, por detrás de mim, apercebi-me que a jovem funcionária, doravante denominada de jovem 3, ultrapassava a jovem funcionária 4. Fazia-o sem que, previamente, se tivesse assegurado da possibilidade de concluir tal manobra em segurança, não só por não ter imprimido velocidade suficiente, mas, sobretudo, por ter o seu campo de visão totalmente obstruído com caixas de Matutano.

Por fim, sentada numa cadeira de perna traçada, a jovem funcionária n.º 5 – dava ordens às demais. À funcionária 1 gritava, dizendo-lhe para acelerar ainda mais, por forma a evitar a colisão com a funcionária 2. A esta, mandava-a virar à esquerda. À n.º 3, a pulmões abertos, dizia-lhe que travasse a fundo e à n.º 4, que engrenasse uma mudança mais elevada.

O resultado foi o que se imagina. Caíram-me todas em cima e mancharam-me o meu polo branco da Guess, para além das mazelas e equimoses deixadas por quase todo o corpo.

Fiquei aborrecido, claro. Afinal, tinha ido ao Bar do Sogro para ajudar o senado a recuperar a estabilidade financeira há muito perdida. É evidente que o facto dos preços serem inferiores em 50% aos praticados nos demais bares também ajudou.
A jovem funcionária n.º 5 ainda tentou justificar-se, dizendo que aquele turno era o mais recente, que ainda não tinha experiência, que eram todas muito verdes.
Pediu-me mesmo que fosse lá mais tarde para ver os dois turnos seguintes, cada um com 5 funcionárias, porquanto afiançava serem muito mais eficazes. Para ficar contente, garantiu-me que se lá fosse depois das 4 da manhã seria mesmo servido pelo senador Hair-on-the-air, exímio a tirar finos.
Restou-me esse consolo. Perdoei, como bom cristão e lá fui para casa com a garantia de emborcar um fino tirado por um senador. Não é todos os dias...
 
Comments:
Fdx, Robin, não seja tão mauzinho. Porque n sugeres antes a contratação de uma 6ª funcionária para fazer de sinaleiro?
 
Antes uma gaja a servir de sinaleiro que um gajo a servir de pun..
 
Oh Robin , quer dizer (Rudani), ide lá beber os finos que quiserem, mas deixem em paz quem trabalha.
Se vocês têm tudo à custa dos outros, ao mens respeitem que não tem esses privilégios.
Não sejam seca.
 
É mesmo verdade que o Sogro tem 5 funcionários no bar? Quem paga a essa malta? São do Centro de Emprego?
 
Quem disse 5 funcionários? Quem foi? Hum? 15 c.... são 15...
 
15 e todos com uma cunhazinha por trás! Para não falar da concorrência desleal aos demais bares das termas e mesmo da vila!
 
Oh meus amigo, com que então todos têm uma cunhazinha por trás? Por trás?
E falar em desLeal? desLeal?
 
Alguém pode fazer o obséquio de me dizer quem são o sogro e o genro?
Merci bien.
Patrick
 
Bom, bom, não sabes quem é o sogro nem o genro? O sogro tem uma empresa municipalizada. Trabalha na edilidade e tem gabinete num edificio do século XIX junto ao Convento. Aí desenvolve a sua actividade. Ligado ao comércio há décadas tem ramificações na Associação Comercial do Distrito. Em franchising segundo dizem. Através nada mais nada menos que da mulher do genro. Entretanto ultimamente dedicou-se com um colega de docência à actividade de Bares. Aí fez um franchising com o genro, ou seja o marido da mulher do genro. O sócio tirou um curso de tirar finos e o objectivo é pôr os clientes grossos. Em caso de dúvidas relativas a este assunto manda um mail para a PJ@RB.TG que eles acham que são capazes de dar algumas explicações.

RB - República das bananas
TG - Tuga
PJ - ????
 
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S. Pedro do Sul, Viseu

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