O TÓ CARLOS E A JANIS JOPLIN – ÁGUA E AZEITE OU TALVEZ NÃO?Não, não, não.
Não pensem que me vou pôr a fazer alusões a um passado mais obscuro do Tó Carlos, nem, tão pouco, a estabelecer paralelismos entre a vida deste cidadão de Sul e a da Janis Joplin, conhecida pelos seus excessos de love, sex, drugs and rock and roll.
Estaria a inventar e isso eu recuso-me a fazer. Estou absolutamente certo do passado impoluto do Tó. De certeza que casou virgem, nunca se aproximou de qualquer tipo de substância ilícita e nunca ouviu Rock and Roll.
Dissipadas as dúvidas – como se elas existissem!! – posso afirmar que o Tó Carlos está para a Janis Joplin como a água para o azeite. Não se misturam. Cada macaco no seu galho.
Se resolvi dar este título foi porque, na semana passada, estando eu a passear na Quinta da Bufa, Ufa ou lá como se chama aquele sítio que vai ter um acesso a estrear e uma rotunda nova, vi passar o Tó Carlos.
De braço de fora, cabelos ao vento, lá ia ele no
BMW camarário a acelerar em direcção ao seu palácio. Não sei porque ia tão contente, mas que ia, ia. Ao ponto de, coisa nunca antes vista, ir a trautear a seguinte canção:
Oh Lord, won't you buy me a
BMW?
My friends all drive Porsches,
I must make amends.
Worked hard all my lifetime, no help from my friends,
So Lord, won't you buy me a
BMW?
Oh Lord, won't you buy me a
BMW colour TV?
Dialling For Dollars is trying to find me.
I wait for delivery each day until three,
So oh Lord, won't you buy me a
BMW colour TV?
Oh Lord, won't you buy me a night on the town?
I'm counting on you, Lord, please don't let me down.
Prove that you love me and buy the next round,
Oh Lord, won't you buy me a night on the town?
Como é evidente, reconheci a música de imediato. Janis Joplin no seu melhor. Parece que foi ontem. Woodstock, 1969. Quilos e quilos de reva. Eu só fumei dois ou três charros, mas isso fica para outro post.
O que me fez espécie foi a alteração da letra. Porque razão estaria o Tó Carlos a alterá-la. Tenho a certeza que ele conhecia a original. Sim, até o Tó Carlos a conhece.
Fiquei baralhado. Porque haveria ele de querer um
BMW se já tinha um? Quereria outro? Não me parece, até porque é público que as finanças do município vão de mal a pior – vide JN de 29 de Novembro de 2005, pág. 27.
Para ficar esclarecido, rapei do telemóvel e liguei ao assessor mais clarividente da nova equipa do Tó. Foi chato, apanhei-o de boca cheia e um copo de Sumol na mão. Sei que era Sumol pelo borbulhar do gás.
No meio da operação de mastigação, qual Cavaco, consegui sacar-lhe que o Tó Carlos se estava mesmo a preparar para comprar um
BMW novo, parece que um
320 D full extras. Preço? Barato. Cerca de
50.000,00 €. Nada que (mais uma) operação financeira não consiga liquidar, não é?
Boa Tó. Estou contigo, mas quero dar uma voltinha. Nunca andei em nenhum
320 D dos novos. Acho que era boa ideia organizarmos uns passeios para os munícipes pela serra fora com o cu sentado no novo
BMW. Podia ser que apanhássemos algum turista de casca de melão e estreávamos a frente, embatendo com ela no porcalhão. Não era uma boa ideia?