O TÓ...
Por via de regra, gosto conferir um título apelativo aos meus posts. Tenho esperança de assim conseguir duplicar os meus leitores. Um aumento de 100%, uao! É certo que, para isso, basta ter um novo, mas enfim.
No caso deste não consegui. Pensei em vários. «O desespero do Tó», nah, muito dramático. «O Tó Encurralado», também não, muito rústico. «O Pânico do Tó», nem pensar, pouco condicente com a sua simpatia. Decidi então chamar-lhe apenas «O Tó...». Assim espero conseguir alguma interactividade. Cada um acabará o título como quiser.
Uma coisa é, porém, certa, o Tó está desesperado e, não vai tardar muito, fica encurralado.
Durante a campanha vergonhosa feita no boletim municipal - que, aliás, logo após as eleições, deixou de ser publicado - vangloriou-se do facto de ter conseguido recuperar uma coisa que ele próprio havia feito perder: a capacidade de endividamento.
Não percebi a razão de tanta festa, bom seria que nunca a tivesse perdido, mas enfim, com meia dúzia de fait-divers lá consegui levar o barco a bom porto e manteve o seu sustento por mais uns tempos.
Agora é que o caldo se entornou. O Tó voltou a perder o que tinha recuperado e que anteriormente tinha perdido. É claro que desta vez não houve notícias no boletim municipal.
E agora, Tó? Que fazer? Será que os teus eleitores te vão perdoar? Será que vão aceitar as tuas teorias para o facto?
Porque não quero correr o risco de ver esgotados todos os maços de tabaco nos cafés das redondezas e ter de ir às Chousas comprar os meus, vou dar-te umas sugestões para saíres limpo desta barracada. Permite-me mesmo que cometa a indelicadeza de te tratar por «tu», mas é para te sentires mais aconchegado.
1ª – Atirar as culpas para cima do Adriano, alegando que ele é o culpado, que gastou todo o dinheiro que havia em Carvalhais. Com um só tiro – as munições estão caras e a CM está quase falida – resolves vários problemas: vês-te livre do Adriano de uma vez por todas e consegues um levantamento popular contra aquela freguesia, eventualmente a sua exclusão do concelho de S. Pedro do Sul;
2ª – Tentar outra vez aquela história à Guterres, como fizeste no debate da Rádio Lafões, dizendo que é só fazer as contas; que de certeza que a DGAL se enganou; que está já em campo uma comissão de estudos e acompanhamento liderada pelo hair-on-the-air e que tudo se vai arranjar; que é, no fundo, uma questão de engenharia contabilística; mais umas receitas imaginárias daqui, umas despesitas de fora e pronto, o saldo compõe-se;
3ª – Uma saída mais habilidosa é fotografar a ponte da verga, com os candeeiros de luz feérica a iluminarem os Champs-Elysées cá do sítio; se a fotografia for boa, talvez dê para alegar que a dívida foi toda para pagar a o aço da verga;
4ª – Dizer que, afinal, o BMW não custou nada 50.000,00 €, mas sim 500.000,00 €, por causa dos vidros à prova de bala e a carroçaria blindada anti-tanque, para evitar ataques dos credores injustos e apressados, aqueles que não são capazes de esperar um ano ou dois pelo pagamento dos seus créditos;
5ª – Invocar que a Câmara foi condenada a pagar em tribunal uma factura da fechadura dos claustros que o Dr. Gralheiro teve de forçar para fugir à multidão em fúria que queria correr com ele; que, com juros, a fechadura de 25$00 passou a custar 1.000.000,00 €;
6ª – Explicar que após as críticas às gravatas com sarampo foste obrigado a contratar dois assessores de imagem que só fazem compras em Itália na Giorgio Armani, obrigando a um orçamento mensal de 100.000,00 €;
7ª – Dar exemplos, muitos exemplos; dizer que a sociedade portuguesa está toda endividada e que daí não vem mal ao mundo; que os jovens – toda a gente gosta que se falem nos jovens – estão com os orçamentos limitados por força dos créditos à habitação e créditos pessoais, logo também uma autarquia o pode estar;
8ª – Dar uma de homem com «O» grande, como disse o outro; hipotecas a tua casa e ofereces o produto da venda ao município; compras o BMW à Câmara;
9ª – Vendes as águas das termas a um qualquer grupo financeiro por 1.000.000.000.000,00 € e fazes um brilharete: um rave de porcos no espeto animada pelo DJ Vibe;
Podíamos ficar aqui mais umas quantas páginas, mas acho que já chega. Com estas minhas ideias vai tudo correr bem. Se estas ideias não servirem, estás mesmo tramado. Se assim for, deixo aqui o contacto de uma amiga minha de Felgueiras que poderá dar algumas sugestões para conseguires FUGIR desta difícil situação em que te encontras: 255318000.
Boa sorte!