A OPEL DA AZAMBUJA E OS VERMELHOS
Desculpem sair do âmbito normal deste blogue: o local.
Não consigo deixar de extravasar a minha fúria contra esses combatentes resistentes que andam para aí armados em defensores dos trabalhadores.
Refiro-me à fábrica da Opel da Azambuja, cujo risco de encerramento é eminente.
A fazer fé nas notícias o custo de produção de uma unidade Opel Combo é superior em cerca de 500,00 € quando comparado com as restantes unidades produtivas da marca germânica. Parafraseando um político português já retirado das lides nacionais, é só fazer as contas para ver que se trata de um acréscimo incomportável. Deste modo, a menos que exista um milagre ou um esforço sobre-humano do governo, a fábrica fecha mesmo.
A Azambuja fica longe, mas não consigo deixar de pensar nos mais de 1000 trabalhadores que ficarão afectados com a decisão da administração alemã.
É aqui que entram os vermelhões combatentes e resistentes. O que é que decidem fazer estes energúmenos, cujas mãos podem decidir o futuro de mais de 1000 famílias?
O raciocínio que desenvolveram e fizeram cumprir é fantástico, senão acompanhem-no: se estamos a produzir com um custo elevado, fazemos greve e, assim, eles vão ver como é. Acabam-se as Opel Combo no mundo. Sim, de certeza que vão ficar com medo da nossa greve, de modo que não vão deslocalizar a produção para a Rússia.
Bando de tortulhos acéfalos. Quanto terá custado à Opel a paralisação da fábrica durante a greve? Terão feito as contas? Provavelmente, a esta hora o diferencial de custo de produção da Opel Combo já ultrapassa os 600,00 €.
Para quê a greve, seus escrotos inflamados? Resolveu alguma coisa?
Defendendo-me por antecipação, tenho consciência de se tratar de uma atitude legítima e constitucionalmente consagrada. Conheço bem essa cassete e os argumentos que sustentam a dicotomia trabalhadores/empregadores, mas é uma solução de último recurso, não o primeiro passo.
Para fazer a ponte com a situação local, penso que o problema desses vermelhões é o mesmo de alguns dos nossos dirigentes locais. Como não sabem fazer mais nada na vida, temem ser substituídos por outros com maior capacidade de diálogo e de resolução de problemas e, para atirar areia para os olhos de quem neles confia, fazem umas greves, colocam umas correntes e cortam umas estradas.
Pelo menos os locais sempre oferecem uns porcos com o mesmo objectivo...