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IMPORTA-SE DE REPETIR?
Esta a pergunta que devolvi ao meu interlocutor quando me relataram os pormenores da mais recente história de S. Pedro do Sul. Não acreditava no que tinha acabado de ouvir. Era mau de mais. Ilógico. Risível.
Por força da minha segunda profissão (jornalista), que mantenho com a do balneário da Empregalistur, levei a mão ao bolso e tracei um esquema para ver se percebia o que me haviam contado. Comecei por enumerar as seguintes premissas:
Após um gin tónico – que bem que sabe com este calor todo – cheguei às seguintes conclusões:
A) Nunca permitir que uma corporação de bombeiros seja dirigida por um arquitecto e um construtor civil, coadjuvados por uma moçoila cujo maior atributo é aquele que está à vista quando somos ultrapassados por ela;
B) Quem não cumpre o que promete não deve aceitar convites daqueles a quem prometeu;
C) Quem vê promessas não cumpridas e feitas em época de caça ao voto deve aproveitar a oportunidade de estar à frente de quem as fez e chamar mentirosos aos seus autores, com as letras todas: MENTIROSOS;
D) Se a constatação da mentira tiver lugar perante uma corporação de bombeiros, deve apontar-se uma agulheta aos mentirosos em questão e abrir com a pressão máxima a água colhida junto dos tubos de saída das águas da Avilafões;
E) Quando um presidente da Câmara – mesmo que medíocre – eleito pelo PSD verifica que um governante socialista está a ser confrontado com promessas não cumpridas e a ser aconselhado a ter vergonha, deve, de imediato, fazer aprovar um voto de apoio pelos seus pares;
F) Tenham vergonha» é uma expressão para ser usada apenas a meia dúzia de colegiais cujas saias não tapam os respectivos joelhos;
Sem confirmar a veracidade da aprovação do pedido de desculpas por unanimidade por parte do executivo camarário – dúvidas legítimas, tendo em conta o autor da afirmação, que tantas vezes falta à verdade – e quando bebia o segundo gin, dei comigo a verificar que acabava de cometer o mesmo erro do bem intencionado arquitecto: estava a ser brando nas minhas conclusões.
Perdoar-me-ão, mas aqui há gato.
Se a direcção se demitiu em bloco não foi, de certeza, por apoio ao arquitecto. Será que era conveniente mandar o arquitecto fazer projectos e deixar a presidência da corporação livre para alguém mais do regime, do estilo de pôr-a-língua-de-fora-e-dizer-amén-a-todas-as-porras-eleitoralistas, assim como que um seguidor de evangelhos?
Interrogo-me sobre quantos dos membros demissionários irão integrar a nova equipa? Todos menos um arquitecto, pela mesma ordem, sendo aquele substituído por alguém cujo contrato a termo da Empregalistur está a caducar e, por isso, tem de aceitar?
O que leva um vereador sem pelouros da oposição a aprovar o pedido de desculpas? Terá tal facto a ver com a circunstância de ser dirigente na corporação rival e, por isso, querer lançar a confusão nos Bombeiros Voluntários?
O que levará a vereadora sem pelouros da oposição a embarcar na mesma linha de voto? Desconheceria, porventura, as verdadeiras intenções do seu colega e, por isso, foi no que ele lhe disse, votando às cegas?
Não sei (ainda) as respostas a estas questões, mas uma coisa vos digo: começo a ficar farto desta salada russa que para aqui vai: corporações rivais, governadores civis armados em donzelas feridas, o Tó Carlos armado em cavaleiro salvador, a oposição que o não é e por aí fora.
Para mim há só uma questão importante: a puta da ambulância e do auto-tanque já chegaram ou não? Se não chegaram, meu caro Tó, vê se pões cada um dos teus escudeiros a escrever uma carta por dia ao senhor governador civil para ele os fazer chegar rápido. É que os fogos estão aí e eu não quero ver outra vez Sul a arder. Ah pois é!
Que cambada do caraças. E pronto, mais um gin tónico à pala da minha indignação.
PS: Para os mais atentos, este foi o 100º post deste blogue local. Como é evidente, não era este o texto que a ocasião merecia, mas enfim, pode ser que a nova direcção dos Bombeiros Voluntários dê o meu nome à nova ambulância. Ficava bem, não era, com uma seta esvoaçante por baixo...