Mea culpa. De há uns tempos a esta parte, sei que tenho criticado a (in)capacidade de gestão autárquica do Tó, apontando-lhe falhas, execuções defeituosas, omissões, etc., etc..
Fi-lo sempre sem que me pesasse a consciência, ciente que estava da justeza das minhas críticas, tanto mais que a realidade dos factos apenas as corroborava.
Por isso, fiquei estarrecido quando, na Segunda-feira, tomei consciência da injustiça e despropósito das minhas farpas, pelo que endereço desde já as minhas desculpas ao Tó.
Como saberão os sampedrenses, a Junta de Freguesia de S. Pedro entendeu por bem realizar um rastreio auditivo. Como era grátis e eu gosto que me mexam no lóbulo das orelhas, resolvi submeter-me ao teste.
Quando aguardava, vejo o Tó sair, cabisbaixo, abatido, preocupado, com um papelito dobrado na mão. Confesso que, de início, ainda pensei que tivesse ido fazer uma consulta do saldo da conta da Câmara à máquina ATM que lá existe ao lado, mas, quando entrei, logo me informaram que o Tó era praticamente surdo.
As minhas dúvidas desvaneceram-se naquele preciso momento. Os erros elementares da sua gestão autárquica derivavam, afinal, do seu problema de audição.
Para me penitenciar, comecei a visualizar as cenas que tinham despoletado a minha crítica. Vi o Tó a falar com o Hair on the air e a perguntar-lhe se havia dinheiro para comprar um BMW novo. Este a dizer que não e aquele a compreender que sim. Vi o Tó a perguntar ao Desleal se dava para meter mais meia dúzia no balneário. Este a dizer que nem pensar, aquele a dizer que sim senhor, venham então mais seis. Vi o Tó...
Sim, vi o Tó em muitas mais situações, sem saber que ele não ouvia.
Porque quero contribuir para a resolução deste seu problema de audição, meu caro Tó, porque quero que ouça os problemas e questões dos que o elegeram, deixo-lhe estes links, na esperança de, em breve, o ver de aparelho auditivo em acção: