A FALTA DE PESO DO TÓ
Calma, não se exaltem os ânimos. Há pesos e pesos e jamais traria à colação certo tipo de pesos. Aquele a que me refiro mede-se através da unidade quilograma.
O Tó é um gajo elegante, não é? Melhor, é um gajo porreiro elegante, diria o Sócrates. Um velho amigo porreiro e elegante, diria o ministro da saúde (quase que o disse no «Prós e Contras» da RTP).
Agora a sério, é alto, não tem barriga nenhuma. Não tem pescoço flácido. Não tem gordura corporal em excesso.
Em apenas três palavras: NÃO TEM PESO. Ponto final, parágrafo.
Se no campo visual, isso é claramente uma vantagem, pelo menos para a estética actual – filosoficamente falando – já em termos políticos a história é ligeiramente diferente. Falo do Serviço de Urgência Básica de S. Pedro do Sul (não Unidade de Urgência Básica, como disse o Tó no Prós e Contras).
Um futuro tesourinho deprimente para o Gato Fedorento. O homem ou é crente ou está a fazer de nós estúpidos, mais uma vez. Atentem nas palavras: "Tenho toda a confiança e manifestei toda a confiança no Ministério da Saúde e sou surpreendido por declarações de um responsável político, presidente da federação do partido socialista de Viseu, que diz numa rádio local que não vai o serviço de urgência básica para S. Pedro do Sul. Esta é a prova de que foram motivações políticas, foram pressões políticas e assim não se pode fazer uma reforma séria e credível, porque aquilo que se apontava tecnicamente é ultrapassado politicamente. Pode-se dizer com legitimidade de quem detém o poder por eleição, mas então assuma-se que é uma decisão política, porque tecnicamente tinha de funcionar em S. Pedro do Sul".
Deplorável, o nosso Tó, autarca do PSD e dele dependente a todos os níveis, antes, durante e, presumo, após a sua permanência na Câmara Municipal de S. Pedro do Sul, tinha confiança no Ministério da Saúde, cujo ministro é amigo pessoal do engenheiro das Lezírias. Aliás, quem não se recorda de, nas eleições autárquicas de 2005, o ministro ter sido convidado para a campanha do PS local? Mas tudo bem, o Tó é crédulo e tinha confiança no ministro. Continuemos.
O Tó foi surpreendido pelo Zé dos Juncos, o corneteiro, anunciante daquilo que era óbvio para toda a gente, menos para o Tó: afinal S. Pedro do Sul não vai ter unidade básica de urgência coisa nenhuma. Oh Tó, as funções do Zé dos Juncos são tramar-te a vida o mais possível, estás a perceber? Se ele não o fizer, até os socialistas de S. Pedro do Sul (o até é um veneno soft para pôr a Pinha em sentido) lhe começam a pedir explicações.
Vou ter de ser eu a dizer aquilo que o Zé dos Juncos e o ministro da saúde quiseram dizer, mas não puderam (afinal, são políticos como o Tó), sendo que o vou fazer na segunda pessoa do singular, como se fosse o ministro a falar, o que se afirmou como velho amigo do Tó: conseguiste enganar mais uma vez os sampedrenses e foste eleito, mas tinha de te lixar.
Fizeste o meu amigo Vitó ir daqui corrido para as Lezírias e eu não gostei disso.
Tive que te passar esta rasteira, de provar que és tão crédulo como os que te elegeram.
Talvez me tenha excedido. Não te devia ter deixado comprar a estátua do S. Pedro, fazer a ponte da verga e a avenida do porco do espeto, à custa da expropriação de privados (a propósito, será que houve pagamento do preço da expropriação, ou também foi mais um investimento à Termalistur, a fundo perdido para o credor?). Sei que estes requintes de malvadez eram escusados, mas o que esperavas?
Não fizeste nadinha para que isso não acontecesse.
Porque não pegaste nos comedores de porcos que te seguem cegos e esfomeados e não fizeste uma maif à porta do meu ministério?
Porque não pegaste nos muitos aquistas que dizes ter e não os usaste para terem um ataque de histeria colectiva a reclamar uma unidade básica de urgência em S. Pedro do Sul? Talvez tivesse impacto, não?
Porque não puseste o Menezes a visitar S. Pedro sobre o assunto, utilizando o seu populismo em defesa da unidade básica de urgência? Será que ainda tentaste, mas também ele te mandou dar uma curva por teres ido aos jantares de apoio dos dois candidatos à liderança do PSD, o próprio Menezes e o Mendes?
Acabo dizendo-te o óbvio, foi uma decisão política e pessoal, gostaste, queres mais?
Um conselho de amigo para que o nosso concelho siga para a frente: ganhe peso ou deixe ir para aí quem o tem, ainda que da sua cor, talvez um imperador...