PARECE QUE ANDA TUDO GROSSO…
Ao lado de muitas outras, esta é mais uma das tiradas do Dr. Alberto João Jardim, pessoa que abomino e que, para mim, tem como único mérito fazer-nos rir de quando em vez.
No entanto, confesso que foi a frase que me saltou dos neurónios quando vi hoje a reacção da advogada dos arguidos que foram hoje condenados pelo tribunal de Viseu por terem pintado um mural no viaduto da circunvalação.
Para quem não se recorda, em 2006, a PSP deteve dois indivíduos do PCP a pintar o dito viaduto, tendo-os identificado e dado seguimento ao processo crime. No âmbito deste, viram os mesmos a ser condenados pelo crime de dano, numa pena de multa de 350,00 € cada um e numa indemnização a pagar à CM de Viseu no valor de 102,00 €.
Vem então a senhora advogada, por sinal ex-deputada, actriz e, curiosamente, também ela militante do mesmo partido dos arguidos (Dra. Odete Santos), esbaforida, dizer que se trata de uma perseguição política, que os meninos têm direito de pintar murais, de exprimir a sua ideologia política.
Em suma, ficámos hoje a saber que, para o PCP, liberdade política é pegarmos em duas trinchas, duas, três ou quatro latas de cor berrante, assim, entre os tons de vermelho e preto, e pintar as paredes do próximo.
Isto explica muita coisa, designadamente o cada vez maior afastamento do eleitorado deste partido, mas não pretendo entrar em debates ideológicos com quem há muito deixou de ter ideias.
Há coisas que só se sentem na pele e que, só quando nos atingem, nos apercebemos do ridículo delas.
Faço, pois, daqui um convite aos dois jovens militantes do PCP para pegarem nas suas trinchas, latas e escadotes, entrarem na sua 4L, fazerem-se à estrada até S. Pedro do Sul e pintarem as paredes das casas do Dr. Jaime Gralheiro e do Senhor Boloto com os seguintes dizeres:
«25 de Abril Sempre», «Viva a Coreia do Norte», «Che Guevara», «Marx está vivo» e outros disparates destes.
Depois veremos em que casa termina este acto de liberdade política. Talvez naquela grande, ao fundo do jardim, à direita. Talvez patrocinada por um outro advogado do PCP, também ele actor.
Efectivamente, parece que anda tudo grosso. Andou bem a justiça, desta vez. Quando muito, pecou por defeito. Um multa maior talvez se justificasse…
Venenos…
Como em quase tudo na vida, existem duas formas de abordar uma mesma questão: a literal e a figurada.
Fruto de um envenenamento, supostamente encomendado pelo então presidente Putin, o ex-espião do KGB, Alexander Litvinenko, também faleceu.
Quer um quer outro caso estão no domínio da abordagem literal.
O envenenamento é, desde logo, uma forma cobarde de matar alguém. Porque feito à socapa. Porque não existe contacto. Porque é uma forma de matar sem rosto.
No seu sentido figurado, o envenenamento consiste na maledicência conduzida por alguém sem que o outro esteja presente para se defender. É a arma dos fracos, dos que receiam o confronto ideológico e o debate das ideias, dos que, por serem desprovidos de ideias e ideais, se refugiam no seio do seu grupo de maledicentes e dele não saem. Quando muito, refugiam-se em escritos «redondos» sem objecto e sem conclusões palpáveis, porque também a escrita não permite o debate imediato, tão pouco a identificação dos seus autores, que a podem não assinar.
Existe ainda uma outra espécie de envenenadores, aqueles que, por manifesto excesso de tempo, se dedicam a envenenar quem com eles se cruza, sem argumentos, sem fundamentos, apenas para gastarem a única coisa que têm: tempo.
Em suma, seja em que sentido for, literal ou figurado, o veneno é condenável, revelador da pequenez de espírito de quem dele usa e abusa.
Aliás, só quem tem pequenez de espírito se pode esquecer do seguinte: Quem com veneno mata, com veneno morre!