Venenos…
Como em quase tudo na vida, existem duas formas de abordar uma mesma questão: a literal e a figurada.
Fruto de um envenenamento, supostamente encomendado pelo então presidente Putin, o ex-espião do KGB, Alexander Litvinenko, também faleceu.
Quer um quer outro caso estão no domínio da abordagem literal.
O envenenamento é, desde logo, uma forma cobarde de matar alguém. Porque feito à socapa. Porque não existe contacto. Porque é uma forma de matar sem rosto.
No seu sentido figurado, o envenenamento consiste na maledicência conduzida por alguém sem que o outro esteja presente para se defender. É a arma dos fracos, dos que receiam o confronto ideológico e o debate das ideias, dos que, por serem desprovidos de ideias e ideais, se refugiam no seio do seu grupo de maledicentes e dele não saem. Quando muito, refugiam-se em escritos «redondos» sem objecto e sem conclusões palpáveis, porque também a escrita não permite o debate imediato, tão pouco a identificação dos seus autores, que a podem não assinar.
Existe ainda uma outra espécie de envenenadores, aqueles que, por manifesto excesso de tempo, se dedicam a envenenar quem com eles se cruza, sem argumentos, sem fundamentos, apenas para gastarem a única coisa que têm: tempo.
Em suma, seja em que sentido for, literal ou figurado, o veneno é condenável, revelador da pequenez de espírito de quem dele usa e abusa.
Aliás, só quem tem pequenez de espírito se pode esquecer do seguinte: Quem com veneno mata, com veneno morre!