7 — A palavra do Deputado faz fé, não carecendo por isso de comprovativos adicionais. Quando for invocado o motivo de doença, poderá, porém, ser exigido atestado médico caso a situação se prolongue por mais de uma semana.

Gostaram?
Vamos então a um caso prático:

A Dra. Queixuda, ilustre investigadora de uma empresa privada na área dos aquíferos, por ver que tem um furúnculo esbranquiçado a crescer-lhe na ponta do nariz, resolve faltar ao seu trabalho e ir passar três dias à Praia da Comporta, com o objectivo de bronzear aquela sua pendurência, o que consegue, embora continue feia como um bode.
Quando, no dia seguinte, chega ao seu local de trabalho e sem curar da ilegalidade de tal (algo que, nem sequer era seu hábito), informa que faltou porque teve uma diarreia mental, mal de que padecia há já muito tempo, mas que apenas se tinha revelado naquele dia.
O director de recursos humanos, vendo o furúnculo bronzeado, estilo caracoleta grelhada, faz uso do primeiro dos artigos transcritos e exige-lhe a prova da dita diarreia mental: declaração de estabelecimento hospitalar, centro de saúde ou ainda por atestado médico.
Resultado: a Dra. Queixuda, que não tinha nenhum dos elementos solicitados, vai parar ao olho da rua.

Entretanto, o Dr. Sono Lento, por sinal antigo namorado da Dra. Queixuda e, entretanto, eleito como ilustre deputado da Nação, fez exactamente a mesma coisa, mas noutra praia, no caso, a de Sagres. Não porque tivesse um furúnculo no nariz, mas porque queria apenas chapinar nas poças de água, para assim reviver as sensações de uma infância passada.
Chegado à Assembleia, justifica a falta dizendo que esteve doente, padecendo de uma diarreia (intestinal, não mental).
Resultado: fazendo apelo ao segundo dos artigos transcritos e por ser deputado, a palavra do Dr. Sono Lento fez fé e este pôde, assim, continuar o seu desempenho como deputado da Nação.

Como é compreensível, a Dra. Queixuda não mais deixou de lutar para, tal como o Dr. Sono Lento, ser eleita deputada, passando a beneficiar de um regime de justificação de faltas claramente vantajoso face ao que dispunha enquanto investigadora de aquíferos e que, além do mais, é legal.

O Dr. Manuel Bandeira Pinho é, sem dúvida, um bom candidato para o PS.

No entanto, interrogo-me se, para o Dr. Manuel Bandeira Pinho, é bom ser candidato pelo PS.

Se os resultados foram positivos (e só serão positivos se ganhar), não há problema de maior.
Se forem negativos, e, mutatis mutandi, sê-lo-ão se perder (nem que seja por um voto), é que as coisas se complicam. E não me venham com o blá-blá-blá habitual que quem não tem medo vai à luta, que os verdadeiros homens vêem-se assim. Isso é bom para quem está à distância.

Nesta altura da sua vida, o Dr. Manuel Bandeira Pinho tem créditos firmados enquanto advogado e enquanto ex-presidente da CM de S. Pedro do Sul, independentemente das críticas que lhe possam ser feitas.

Se perder, sairá da história política de SPS pela porta pequena, podendo ser comparável à saída da vida política activa de Mário Soares quando este perdeu de forma humilhante as últimas presidenciais.

Perderá em reputação (política), mas verá também abalada a sua parte profissional, pois, como é sabido, o seu escritório de advogados presta serviços de advocacia às CM de S. Pedro do Sul e de Oliveira de Frades, ambas do PSD. Não estão à espera que o Tó Carlos assista sentadinho e caladinho à campanha movida pelo Dr. Manuel Bandeira Pinho e, depois, continue a contratar os seus (do escritório) serviços, ou estão? Até o Tó Carlos se tocará, caso isso aconteça.

Por outro lado, se perder, vai ver a sua lista de apoiantes imediatamente reduzida a cinzas, pois não podemos esquecer que tem mais inimigos no PS do que fora dele, ainda que agora estejam desejosos de ver o problema do candidato resolvido e não o digam. Mais, verá, de novo, o seu nome na praça pública, com todos os fantasmas do passado a pairar sobre a sua cabeça.

Enquanto admirador da inteligência e personalidade do Dr. Manuel Bandeira Pinho, não gostaria de o ver neste papel, sujeito a perder e a ser, de novo, enxovalhado e vilipendiado pelos seus supostos sequazes.

Não obstante, penso que o Dr. Manuel Bandeira Pinho geriu toda esta problemática de uma forma muito precipitada. Compreendo a excitação e contentamento sentidos ao ver muitos dos que lhe cuspiram em cima há uns anos a rastejar e a dizer que ele é o maior. Admito até que, enquanto homem de poder que é, gostasse de voltar a sentir esse gostinho.

Não esqueçamos, contudo, que se colocou numa posição sem retorno possível, uma vez que as consequências são, agora, inevitáveis. Se não avançar, os aspectos negativos que acima referi serão todos despoletados de igual forma, sejam na parte política, sejam na parte profissional. Mais, da forma como abordou as questões suscitadas, acabou por colocar no mesmo barco o seu filho, que receberá os louros da vitória ou os espinhos da derrota que o seu pai venha a conseguir.

Outra solução não lhe resta, portanto, que não seja avançar, pois recuar seria o que de pior lhe poderia acontecer. Espero é que avance com rapidez e determinação, alheando-se de todas as tropelias que, certamente, muitos dos que lhe são próximos lhe irão preparar.

Votos de felicidade, Dr. Manuel Bandeira Pinho, é o que sinceramente lhe desejo.

Dizia eu, a ser verdade a história de ocaricas@blogspot.com, há várias ilações a tirar, nem todas cumulativas:

1. O Junqueiro não conhece os sampedrenses e, por isso, acreditou que a Fátima conhecesse, encarregando-a de escolher o candidato. Vai ter uma surpresa. A Fátima não só não os conhece, como não é conhecida. Com um pouco de sorte consegue a proeza de fazer uma lista só com gente de Lisboa;

2. O Junqueiro conhece os sampedrenses e a Fátima, pelo que a encarregou de escolher os candidatos, certo da desgraça que isso vai ser, para a seguir correr com ela;

3. O Junqueiro ultrapassou (desrespeitou???) os órgãos locais do PS, aliás, de que a própria Fátima faz parte integrante. Com isso, terá deixado o Professor Hermínio despido de poderes, pelo que, a este não resta outra saída que não seja a demissão, de resto, compreensível e expectável;

4. A Fátima vai aproveitar a investidura dos poderes conferidos para convidar apenas os que lhe não fazem críticas, para depois chegar à conclusão que, com esse critério, não vai ter lista;

5. Os sampedrenses em geral e os socialistas em particular não vão compreender que, depois de termos sido «obrigados» a ler os miseráveis artigos com que nos brindou ao longo de vários meses e de a ter visto a auto-proclamar-se como a salvadora do céu e da terra, a Fátima não seja, ela própria, a candidata;

6. Os sampedrenses em geral e os socialistas em particular não vão compreender que, tendo o Junqueiro nomeado a Fátima para os órgãos distritais (presumindo-se que o fez por lhe conhecer algumas qualidades), não a indique e faça assumir a posição de candidata;

7. A Fátima está a ser politicamente calculista, pensando que se safa nestas eleições em ser a candidata e que, passados quatro anos, volta como a maior da Cantareira, esquecendo-se com isso que os sampedrenses não só não são parvos, como não esquecem assim tão cedo quem os trai;

8. O Duque vai ficar furibundo, pois é certo e sabido que nunca vai ser convidado pela Fátima para integrar a lista, dado ser público (menos para o próprio Duque) que ela não o suporta nem lhe reconhece qualidades;

9. Com a Fátima a escolher os candidatos, lá vai o Vítor Barros ter de fazer o frete de ser o candidato à Assembleia Municipal, quanto mais não seja em nome da amizade que o une ao irmão dela;

No ido dia 2 de Fevereiro de 2009, dizia o Presidente da concelhia do PS que, em 15 dias, seria apresentado o candidato à CM de S. Pedro do Sul.
Decorrido o prazo por si estabelecido e outro tanto quase volvido, não temos notícias do Prof. Hermínio, nem do esperado candidato.

Penso que está na altura deste impasse ser ultrapassado, da distrital fazer um bypass e impor um candidato. É uma vergonha que um partido que está no poder não consiga encontrar um candidato, para já não falar no modo lamentável como têm gerido a informação sobre s nomes possíveis.

Ainda não é hora de pedir as cabeças dos responsáveis, mas lá chegaremos caso estes não se toquem e não saibam ou não queiram fazer um pouco de auto-avaliação, agindo depois em conformidade, ou seja, demitirem-se imediatamente.

Começo a interrogar-me se o JJ terá conhecimento de todos estes episódios, dignos de integrarem a mais básica das novelas mexicanas.

Não será melhor darmos-lhe conhecimento de tudo quanto se tem passado? Temo que se venha a passar com ele o que se passou com a FP, quando se apercebeu de quão mal acompanhada estava já era tarde para o assumir e inflectir o trajecto.