ECCE HOMO
«Ecce Homo», em português, «Eis o Homem». Foi com estas palavras que Pôncio Pilatos apresentou Jesus Cristo aos Judeus.
É com estas palavras que eu quero iniciar o meu elogio ao Bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, natural de Rio de Mel, Pindelo dos Milagres, S. Pedro do Sul.
Não tendo o prazer de o conhecer pessoalmente, acompanho o seu trabalho com a curiosidade natural por ser do nosso concelho.
Tem três virtudes que o distanciam e elevam da maior parte dos padres e padrecos da igreja católica:
Humildade: ninguém se esquecerá, por certo, da forma como iniciou as suas funções como bispo: «alguém pecador e muito pobre, em relação à tradição e à grandeza desta nossa diocese».
Frontalidade: num debate sobre a IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez) afirmou que votaria sim no referendo ao aborto se o que estivesse em causa fosse a despenalização da mulher.
Coragem: contra tudo e contra todos (admito que existam alguns que, em surdina, aplaudam a posição de D. Ilídio Leandro), inclusive contra aquele nazi que veste de branco, o tal aberrante, ignorante e arrogante, defendeu o uso do preservativo por parte de pessoas infectadas com VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana), como forma de evitar o contágio às pessoas com quem estas pudessem manter relações sexuais. Noutra área, aceita e respeita a separação/divórcio nos casos de maus tratos conjugais.
Eis o perfil de um Homem que exerce as suas funções com os «pés assentes na Terra», com um claro e próximo conhecimento da realidade com que lida e trabalha.
Pena que exemplos destes não sejam replicados pelos seus pares e, sobretudo pelos mais altos cargos da hierarquia católica, com responsabilidades para com os muitos milhões de fiéis, mas com constantes declarações irresponsáveis e desfasadas destes tempos.
Caso o fizessem, talvez tivessem mais pessoas nos edifícios opulentos a que chamam igrejas e catedrais. Talvez fossem brindados com frases como as utilizadas por um pároco para qualificar D. Ilídio Leandro: «é o meu bispo, o meu pastor. A minha referência. Jamais o criticaria. Aliás, concordo e acho positivo que aprofunde, como tem feito, temas da actualidade que dizem respeito à dignidade da pessoa humana».
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Actualização com declarações de D. Januário Torgal