CARTA ABERTA AO TÓ CARLOS
Meu Caro Tó,
Assim não vamos lá.
Recebi o teu folheto por debaixo da minha porta e não gostei. Nem me pronuncio sobre o blá-blá-blá dos dois primeiros parágrafos. É bom de ver que são tiros de pólvora seca. Uma derradeira tentativa de apanhar uns sampedrenses mais distraídos que ainda possam ir na tua conversa.
É o último parágrafo que está a causar uma micose fungóide por debaixo do dedo mindinho direito.
Concluis a verborreia dizendo que queres elevar sempre a imagem do concelho.
Podia ter sido uma boa forma de fechar o texto. Uma frase redondinha, politicamente correcta. Pouco inovadora, é certo, mas simpática. Uma forma de dar algum ânimo.
Podia ter sido… Mas não foi. De todo.
Imagem,Tó. Imagem. IMAGEM.
Como podes querer elevar a imagem se apareces no panfleto a espreitar no canto esquerdo? Não lembra ao diabo! Pareces um penetra num baile dos bombeiros, à espreita, à procura do segurança para entrares à socapa. Parece mesmo que receias o arremesso de um tomate.
Muito mau. Não é imagem digna de um presidente do teu calibre.
E depois a gravata. Por amor de Deus, Nosso Senhor. Uma gravata com escarlatina verde!? Percebo que a ideia seja combinar a cor da gravata com o fundo do cartaz, mas… ninguém usa gravatas às pintas! Hello!!!!!
Depois… a questão de fundo. Vou chamar o tema de novo.
Imagem, Tó. Imagem. IMAGEM.
Como podes querer elevar a imagem do nosso concelho se ainda no outro dia ofereceste porrada a um septuagenário? Ninguém eleva a imagem a oferecer porrada aos velhinhos.
Tenho a certeza que os aquistas velhinhos vão fugir todos para Vidago. Não se arriscarão a levar umas bofetadas tuas.
Uma sugestão de amigo. Compra uma gravata nova, de preferência sem bolinhas, e não dês (ameaces dar) bofetadas a velhinhos.
Peace and love.
Do teu sempre amigo e estimado Robin.