TÓ CARLOS, O REFORMADO
Após quase uma década sem que ninguém lhe tivesse atribuído nenhum, achei que estava na hora. Um autarca quase dinossauro da sua craveira merece certamente um. Se todos os reis os tiveram, porque não haveria o nosso Tó de ser igual.
Cognome. É disso que falo. Sei que os mais invejosos vão ficar raivosos, se calhar verdes. Como a gravata do próprio Tó Carlos, mas, mesmo com estas contrariedades, penso que é merecido.
Pensei em vários. Tó Carlos, o Trabalhador. Não serve. Não tem cv para este.
Tó Carlos, o Iluminado. Também não. As obras feitas nos seus mandatos pouco mais foram do que «tapar buracos» e, mesmo estes, mal.
Tó Carlos, o Empregador. É certo que dá empregos, mas qual é o mérito disso quando o faz à custa da ineficiência dos que já lá trabalham? Mais, o que tem de extraordinário dar emprego à custa do erário público? Não serve, também.
Tó Carlos, o Reformador. Pensei, pensei, mas rapidamente concluí que não reformou nada.
Como uma coisa leva à outra, cheguei àquele por que acabei por optar: Tó Carlos, o Reformado.
Podem dizer que é banal. Poderá até ser, mas é verdadeiro.
O Tó Carlos está mesmo reformado.
Como se não bastasse o chorudo ordenado que recebe com presidente da Câmara Municipal de S. Pedro do Sul, o Tó Carlos vai agora
somar ao seu salário uma reforma com a módica quantia de
1.645,12 €.
Significa isto que o Tó vai passar a ganhar as seguintes quantias:
1.645,12 € de reforma (14 x ano)
3.434,00 € de ordenado (14 x ano)
999,88 € de despesas de representação (12 x ano)
O que perfaz um total de 6.079,00 € por mês e 83.106,24 € por ano. Digamos que, para quem apresenta resultados tão fraquinhos e não tem nenhum cv for da vida política, não é um mau salário, não concordam?
Para os que não sabiam, a opção passa agora por elegermos dois reformados (o Tó Carlos e o Bandeira Pinho) ou dois funcionários públicos (o Boloto e o Zé Carlos).
A escolha a todos nós pertence e, digam o que disserem, ameacem quem ameaçarem, o voto é secreto!