robindotelhado
OS PÁRA-QUEDISTAS
Aqui está uma profissão que não é para quem quer, mas para quem pode, melhor dizendo, para quem reúne condições para poder.
Em primeiro lugar, como é indiciado pelo próprio nome, é preciso ter queda.
Depois, é preciso ter onde cair.
Por fim, é preciso saber cair.
A profissão de pára-quedista é garantia de emprego estável, um futuro promissor e uma oportunidade de carreira. Para o deslumbramento ser total, diz-se mesmo que oferecem uma remuneração atractiva, saídas profissionais e possibilidade de efectuar missões no estrangeiro.
E eu que andava intrigado com o elevado número de pára-quedistas que ontem estavam nas Termas.
Pudera, com todas estas benesses não é de admirar a cara de contentamento com que estavam. Espero que não se estatelem todos com o nariz no meio do chão, é que, quanto mais alto se vai, maior é a queda.
UM INÍCIO AUSPICIOSO
Pondo fim a uma prática quase secular, demonstrando uma forma totalmente diferente de conduzir os destinos do partido, evidenciando uma abertura à recolha de opiniões de todos os quadrantes do partido, pretendendo uma clara união de todos os militantes e simpatizantes, o Zé Carlos (penso que, por igualdade com o Tó Carlos, devemos tratar o senhor desta forma), antes de fazer a apresentação formal da sua candidatura, teve uma conversa prévia com os membros de todas as listas apresentadas pelo Partido Socialista nas últimas eleições, bem como com todos os vereadores eleitos pelo Partido Socialista desde sempre, aos quais pôde transmitir os motivos de ter aceitado o convite.
Graças a essa tertúlia, o partido saiu completamente fortalecido e unificado, tendo saído o compromisso de todos os presentes em voltarem a assumir posições nas ditas listas.
Assim, ninguém bateu com a porta ao candidato, não houve nenhumas clivagens nem mal-entendidos e todos saíram satisfeitos com a postura do Zé Carlos, prometendo todos, em uníssono, envidar esforços para que o Partido Socialista saia vencedor.
Foi assim de notar o especial entusiasmo por todos terem tido conhecimento da cerimónia de apresentação do candidato pelo secretariado do partido e não, como foi hábito no passado, por conversas de café que em nada honravam o candidato e membros das listas anteriores.
Assim se começam a ver as diferenças de quem, vindo de fora e sendo totalmente desconhecido, denota ter já um conhecimento profundo da psicologia sampedrense e do modo como vai conseguir criar um corpo de apoio em seu redor.
Ficam, pois, expressos os públicos parabéns sobre esta forma diferente de fazer política em S. Pedro do Sul.
Este era o post que eu gostava de ter escrito…
A FUGA DO VITORINO
É com pesar profundo que vos comunico que Vitorino Silva, face à indigitação do José Carlos de Almeidas como candidato pelo PS à Câmara Municipal de S. Pedro do Sul, resolveu apresentar-se como candidato independente à Câmara Municipal de Valongo.
Mais um cérebro perdido que foge de S. Pedro do Sul.
Esqueci-me de dizer que o Vitorino Silva também é conhecido como o «Tino de Rans».
UM DESERTO CHAMADO FÁTIMA PINHO
Cada vez mais gosto de desertos. A atracção pelo vazio, pelo silêncio, pela quase ausência de fauna. Uma tara como outra qualquer. Não fossem as viagens tão caras e Atacama e Gobi seriam certamente os meus próximos destinos de férias.
Nestas reflexões e quando listava os desertos que já visitei e conheço e os que quero visitar, veio-me um outro à memória que não consta em nenhum manual de geografia: a Dra. Fátima Pinho.
Sim,
a Dra. Fátima Pinho está a desertificar (e a desertar também, ao que parece). É certo que não tem camelos nem cactos plantados na sua cabeça, mas talvez isso se deva à ausência de ideias políticas para o concelho, é que até os cactos precisam de nutrientes para sobreviver.
Como é possível que esta senhora tenha dado uma entrevista a uma rádio local sem ter uma ideia formada sobre a ascensão de S. Pedro do Sul a cidade? (
http://ocaricas.blogspot.com/). Provavelmente ainda não teria consultado o seu oráculo e familiar, Manuel Bandeira Pinho, mas para isso ficava muda, qual Manuela Ferreira Leite.
Referindo-se ao estatuto de cidade para S. Pedro do Sul e à proposta de lei apresentada pelo PSD, começa por dizer que «à luz da lei parece que não é possível», porque S. Pedro do Sul e Várzea não tem 8.000 habitantes.
Depois diz que prefere uma boa vila a uma cidade das mais pequenas e pobres do país.
A seguir (lá se deve ter lembrado que o povo gosta de cidades), lá diz que faria todo o gosto que S. Pedro do Sul passasse a cidade.
Questionada sobre as vantagens para tal, em primeiro lugar diz que não são grandes, mas que permite um financiamento no eixo dois.
Termina dizendo que não é uma questão central, mas que se houver vantagens reais, vale sempre a pena.
Que grande confusão que aí vai nessa cabecinha, Dra. Fátima. Ainda bem que não escolheu a profissão de ferradora, pois consigo não haveria cavalos com ferraduras, tantas são as vezes que alterna entre estas e o cravo.
Em primeiro lugar deveria ter lido a lei. É algo que se exige a quem tem a lei debaixo da língua e na ponta da caneta, sempre pronta a denunciar pretensas violações da mesma. O Tó Carlos fê-lo.
Como então dissemos, «no art. 4º da legislação em análise, admite-se que importantes razões históricas, culturais e arquitectónicas possam justificar uma ponderação diferente destes requisitos».
Se queria atacar a elevação do ponto de vista legal, deveria tê-lo feito pela excepção, desmontando a questão pelas questões históricas, culturais e arquitectónicas. Poderia ter copiado até os meus argumentos, fica autorizada para isso.
Em segundo lugar, deveria ter procedido a uma listagem das vantagens e desvantagens da passagem de S. Pedro do Sul a cidade. O que é isso do eixo 2? É o eixo do camião? Para quem é que a senhora estava a falar, para os seus colegas do politécnico? Nem esses sabem o que é o eixo 2, quanto mais o senhor Joaquim do Aveloso ou o senhor Belarmino de Ferreiros. Como pode querer passar a sua mensagem utilizando termos e conceitos que (provavelmente) nem a senhora sabe o que significam? Não aprendeu nada nos últimos 4 anos, tipo, descer à terra?
Em terceiro lugar e pior que tudo, não deveria ter já definido a sua posição? Ou quer a cidade ou quer a vila. Ambas as posições são discutíveis, mas não pode ter cada pé na sua margem, arrisca-se a ficar escachada.
Cada vez mais, Dra. Fátima, a senhora é a minha Atacama, mas sem as rosas do Sepúlveda.
JOSÉ CARLOS ALMEIDA, O CANDIDATO
O candidato. Cá está. Um post cujo título havia sido já prometido.
No entanto, sobre o José Carlos Almeida pouco há a dizer, pois não é conhecido pelas nossas bandas. Só pelo seu comportamento futuro o poderemos avaliar.
Em termos estritamente temporais, o que se aguarda é a formação da lista para a Câmara Municipal e para a Assembleia. E sim, meus amigos, só estou (como julgo que a maioria das pessoas) preocupado com a lista do PS, uma vez que a do PSD, mais pau, menos pau, mais mato, menos mato, será a mesma.
A primeira dúvida que tenho e que reputo de legítima, uma vez que o senhor não é de S. Pedro do Sul (ok, nasceu cá), é se vai conseguir impor os nomes para a própria lista ou se, ao contrário, vai permitir que seja a comissão política a fazê-lo.
Conhecendo as aves raras que (ainda) povoam a concelhia, acredito que convidem para n.º 2 o Pedro Mouro. Ao jeito da unidade (!!??) são bem capazes de o convidar, sendo que, se o fizerem, passaremos a ter dois desconhecidos, com a diferença que o n.º 1 é um desconhecido proveniente de Viseu, onde vive e trabalha, enquanto que o n.º 2 é um desconhecido que vem de Lisboa, onde vive e trabalha. Caso seja esta a escolha, apenas desejo sorte ao José Carlos Almeida, esperando que a ficção não se transforme em realidade e que o Pedro Mouro não se transforme num Shorty do Popeye. (ver história aqui:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Shorty).
Quanto à n.º 3, sim, «à» e não «ao», por causa da lei das quotas, estou curioso.
A nossa jornalista frustrada (só uma jornalista escreveria tantos artigos como ela o fez; frustrada porque, a escrever daquela maneira, jamais conseguiria exercer tal profissão), jura a pés juntos que não pode, ainda que, como sempre, se socorra de uma retórica argumentativa que não convence a maior alma desatenta.
Primeiro, diz que tem uma vida familiar. É verdade que a tem, mas já a tinha há 4 anos quando integrou a lista do Eng.º Vítor Barros. Depois, se esta vida familiar é impeditiva para assumir a lista à Câmara Municipal, como era sua obrigação, como pode, em simultâneo, permitir-lhe integrar a distrital e, agora, o número três. Quererá colocar-se dentro, estando fora? Manter um pé dentro e outro fora, que lhe permita vir daqui a 4 anos dizer que há oito anos que é oposição? Se tal acontecer, corremos o risco de extinguir o pouco que resta da oposição.
Segundo, diz que não pode porque tem obrigações académicas. Não as tinha já em 2005? Quem pretende dar aulas no ensino superior não sabe que tem de prosseguir a sua carreira académica, que é a sua obrigação? Será que o mestrado ou doutoramento a impedem de se candidatar a n.º 1, mas já não a número três?
Terceiro, está cansada e farta das «tricas» políticas sampedrenses. Este é lindo. Quem se arroga a falar das tricas sampedrenses como se delas não fizesse parte, só tem um destino possível: rua. Na verdade, esta senhora é a única responsável pelo estado a que chegou o PS local, uma espécie de mãe das tricas. Se não se considera sampedrense, para se referir a estes como um corpo estranho, dê corda aos sapatos e ponha-se a milhas.
Tudo tretas. Esta senhora bem sabe que jamais ganhará a Câmara Municipal de S. Pedro do Sul. Nem com o Eng.º Sócrates à frente. Nem hoje, nem nunca, sendo que, em 2013, sempre teria maiores hipóteses, uma vez que nessa altura nunca se iria defrontar com o Tó Carlos. Digo teria, por nunca esse cenário vai ser uma realidade. Os socialistas de S. Pedro do Sul não se esquecem de quem foge à luta tendo responsabilidades que impunham um comportamento diverso e, como tal, jamais lhe perdoarão.
Como alternativas à n.º 3, surgem-me duas de repente. A Ana Costa, a quem antevejo dificuldades para se impor na lista, certo da calúnia e difamação (traduzida e, alegações injustificadas e baixas) com que a vão brindar, e a Lídia Duque, militante centenária (na medida em que vem do século XX), cujo maior óbice é ser casada com uma das pessoas mais baixas que tive oportunidade de conhecer, em termos de títulos nobiliárquicos, claro: o Duque.
Bem, podem sempre recorrer àquela cabeleireira de Vila Maior ou à engenheira da estação que trabalha para a Bica.
O n.º 4 e 5 são irrelevantes, pois se meterem três, podem ir todos a Fátima e voltar.
Acabei por não me debruçar muito sobre o candidato, mas, como disse, não o conheço e não gosto de inventar. Já que não seguiu o meu conselho de se não meter neste lodo, espero que siga os que agora fiz e que indague, no terreno, sobre as valias e valências das pessoas cujos nomes lhe vão, com toda a certeza, ser soprados pelas baixas instâncias que começarão, a partir de agora, a pairar sobre si.
AS QUOTAS
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Lei Orgânica n.o 3/2006 de 21 de Agosto
Lei da paridade: estabelece que as listas para a Assembleia da República, para o Parlamento Europeu para as autarquias locais são compostas de modo a assegurar a representação mínima de 33% de cada um dos sexos.
A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.o da Constituição, a lei orgânica seguinte:
Artigo 1.o
Listas de candidaturas
As listas de candidaturas apresentadas para a Assembleia da República, para o Parlamento Europeu e para as autarquias locais são compostas de modo a promover a paridade entre homens e mulheres.
Artigo 2.o
Paridade
1—Entende-se por paridade, para efeitos de aplicação da presente lei, a representação mínima de 33,3% de cada um dos sexos nas listas.
2—Para cumprimento do disposto no número anterior, as listas plurinominais apresentadas não podem conter mais de dois candidatos do mesmo sexo colocados,
consecutivamente, na ordenação da lista.
3—Nas eleições em que haja círculos uninominais, a lei eleitoral respectiva estabelece mecanismos que assegurem a representação mínima de cada um dos sexos prevista no n.o 1.
4—Excepciona-se do disposto no n.o 1 a composição das listas para os órgãos das freguesias com 750 ou menos eleitores e para os órgãos dos municípios com 7500 ou menos eleitores.
PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS
Portaria n.º 373/2009 de 8 de Abril
A Lei n.º 4/2001, de 23 de Fevereiro, na redacção que lhe foi dada pela Lei n.º 7/2006, de 3 de Março, revê, no artigo 44.º -A, que a programação musical dos serviços de programas de radiodifusão sonora seja obrigatoriamente preenchida, em quota mínima variável entre 25 % e 40 %, com música portuguesa.
Nos termos do disposto no artigo 44.º -F da referida lei, compete ao Governo estabelecer, através de Portaria, por períodos de um ano, as quotas de difusão previstas no seu artigo 44.º -A.
Assim:
Considerando os indicadores disponíveis em matéria de consumo de música portuguesa e ouvidas as associações representativas dos sectores envolvidos:
Manda o Governo, pelo Ministro dos Assuntos Parlamentares, o seguinte:
1.º A programação musical dos serviços de programas de radiodifusão sonora é obrigatoriamente preenchida com a quota mínima de 25 % de música portuguesa.
2.º A presente portaria entra em vigor no dia 3 de Maio de 2009, produzindo efeitos pelo período de um ano.
O Ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Ernesto Santos Silva, em 3 de Abril de 2009.
Primeiro foi a lei da paridade, a impor a representação mínima de 33,3% de cada um dos sexos nas listas.
Agora uma porcaria de uma portaria, a impor uma quota mínima de 25% de música portuguesa para as rádios.
Quotas para tudo e mais alguma coisa. Das mulheres (sim, a lei da paridade é para defesa das mulheres) às rádios.
Será que o estado não tem mais nada de importante para fazer do que nos impor quotas?
Não sendo mulher (não sei se o tinha mencionado), faz-me impressão este atestado de incompetência passado a todas as mulheres, consideradas sob o ponto de vista do legislador como seres inferiores a quem é necessário oferecer uma quota de 33,3% para poderem entrar em listas. Bem sei que, para algumas, será a única forma de alguma vez as integrarem (temos exemplos disso bem perto de nós), mas parece-me atentatótio da dignidade da mulher, ainda que, sob o prisma forma, o legislador tenha definidio a paridade sem referenciar o género feminino.
Não terão as mulheres capacidades para, por si só, integrarem listas para o PE, a AR ou as AL? E já agora, a manterem a fantochada das quotas, porque não impor uma de 50%? Isso sim, era paridade total e cristalina.
Pior do que a lei da paridade, a quem reconheço algum interesse sob o ponto de vista eleitoral (sim, há mulheres que gostam das quotas), é esta portaria que transcrevi.
Porque diabo temos agora de nos sujeitar a uma imposição estatal que nos quer pôr a ouvir 25% de uma determinada música, no caso, portuguesa? E já agora, o que é música portuguesa (provavelmente, também este conceito estará definido legalmente), a cantada na língua portuguesa ou a tocada por músicos português? É que se esta última for aceite para efeitos da portaria, já estou a ver muitas rádios a passar os álbuns todos dos Fingertips e algumas faixas dos The Gift, por exemplo, continuando-se assim a ouvir músicas cantadas em inglês.
Proteccionismo bacoco, é o que vos digo.
Quais os critérios para definir esta quota tão precisa e porquê restringi-la à música portuguesa? Podiam, por exemplo, impor 10% de música árabe, satisfazendo os meus gostos por música Árabe; mais 10% de música Punk, para reviver os Sex Pistols; e porque não 10% de gótico, para lembrar os Joy Division ou os Echo & The Bunnymen; e, já agora, mais 10% de música da carla Bruni, para assim avivarmos o nosso francês e agradarmos ao Sarkosy.
Não deveriam as rádios escolher a música que querem emitir, fazendo-o de acordo com a procura dos seus ouvintes ou de acordo com a linha definida pelos seus responsáveis?
Não serão os ouvintes que devem ajuizar a música que querem ouvir e, a partir daí, sintonizar as que mais se adequam aos seus gostos?
Qual a competência do Senhor Augusto Ernesto para condicionar o que vai entrar pelos meus ouvidos daqui para a frente?
Estrangulamento das nossas escolhas, é o que é.
JOSÉ CARLOS ALMEIDA, O SOLIDÁRIO
http://moselos.forumvila.com/viewtopic.php?f=3&t=196
JOSÉ CARLOS ALMEIDA, O DIRECTOR EXECUTIVO
http://www.jornaldocentro.pt/?lop=conteudo&op=39461a19e9eddfb385ea76b26521ea48&id=68b9819e787b9b053e683be7c62e2cff&drops[drop_edicao]=151
JOSÉ CARLOS ALMEIDA, O CANDIDATO?
Não se meta neste covil, olhe que ninguém lhe agradece, nem tão pouco vão reconhecer as suas qualidades profissionais. Tal como fizeram com o Eng.º Vítor Barros, vão dizer que só veio cá para garantir o tacho. Quem o avisa, seu amigo é...
A VILA DE S. PEDRO DO SUL
Consigna-se no art. 13º que «uma vila só pode ser elevada à categoria de cidade quando conte com um número de eleitores, em aglomerado populacional contínuo, superior a 8000 e possua, pelo menos, metade dos seguintes equipamentos colectivos:
a) (1) Instalações hospitalares com serviço de permanência;
b) (2) Farmácias;
c) (3) Corporação de bombeiros;
d) (4) Casa de Espectáculos e (5) centro cultural;
e) (6) Museu e (7) biblioteca;
f) (8) Instalações de hotelaria;
g) (9) Estabelecimento de ensino preparatório e secundário;
h) (10) Estabelecimentos de ensino pré-primário e infantários;
i) (11) Transportes públicos, urbanos e suburbanos;
j) (12) Parques ou jardins públicos».
Analisemos o
primeiro dos requisitos: mais de 8.000 eleitores em aglomerado populacional contínuo.
Segundo a informação disponibilizada pelo município (
http://www.cm-spsul.pt/freguesias.asp), a freguesia de S. Pedro do Sul tem 4.011 habitantes, enquanto a de Várzea tem 1.499, o que perfaz um total de 5.510 habitantes e não, como se refere no projecto de Lei n.º 696/X/4ª, 5572.
Apesar de não ser um dos critérios previstos na lei, os excelsos deputados proponentes, afirmam ainda que as duas freguesias têm 4.600 eleitores, ou seja, pouco mais de metade do número mínimo exigido no diploma legal referido.
Antes de mais, não é preciso ganhar as olimpíadas de matemática para percebermos que os números reais estão muito aquém do mínimo legal. No entanto e mais grave do que isto (detesto que me atirem com areia para os olhos), o que se exige é que os mais 8000 habitantes vivam num aglomerado populacional contínuo.
Ora, os 5.510 habitantes das duas freguesias vivem dispersos pelos 18,69 km2 que constituem as duas freguesias. Aliás, não é preciso ganhar as olimpíadas de engenharia (será que existem, ou são só as de matemática? Tenho de perguntar ao caricas) para vermos que não existe nenhum aglomerado populacional contínuo entre S. Pedro do Sul, Várzea e as Termas.
Pelo menos quanto às Termas, é inequívoca a descontinuidade com Várzea, mesmo que, numa interpretação mais extensiva, se considerassem os habitantes do cemitério de Várzea.
Aliás, os ilustres deputados confessam até esta descontinuidade, quando referem que «dentro de não muito tempo, S. Pedro do Sul terá uma mancha urbana de área superior a algumas grandes cidades». Pois, talvez a dita mancha surja daqui a algum tempo, mas lei exige uma situação presente, não futura.
De resto, bastará consultar a carta de condicionantes do PDM da VILA de S. Pedro do Sul para verificarmos que várias manchas de REN e RAN estrangulam a pretendida continuidade territorial e assim continuará a ser. Pensemos na área da Adega Cooperativa de Lafões, nos terrenos existentes ao fundo da recta de Várzea, do lado esquerdo, atento o sentido VILA-Termas de S. Pedro do Sul, nos terrenos e pinhais depois das estufas, no mesmo sentido, só para citar alguns exemplos.
Quanto ao segundo dos requisitos, que exige metade (seis) dos equipamentos colectivos acima indicados (doze), é inequívoco que S. Pedro do Sul o preenche.
Porque se tratam de requisitos cumulativos, a pretensão de elevação da vila de S. Pedro do Sul a cidade cairia imediatamente por terra. No entanto, no art. 4º da legislação em análise, admite-se que importantes razões históricas, culturais e arquitectónicas possam justificar uma ponderação diferente destes requisitos.
Vejamos, então, em primeiro lugar, quais as pretensas razões históricas invocadas pelos deputados da nação: para além das habituais referências a Lafões e à rainha, blá-blá-blá, totalmente desnecessárias e irrelevantes, uma vez que o que se pretende é encontrar algo que, do ponto de vista histórico, demonstre uma unidade histórica de Várzea a S. Pedro do Sul, nada se refere que sustente essa tese.
Admite-se a integração do concelho do Banho no concelho de S. Pedro do Sul, mas e então? O Candal também faz parte de S. Pedro do Sul…
Estarão os senhores deputados, quiçá devido ao distanciamento da capital, com o espírito toldado por alguma afirmação bacoca tipo «S. Pedro do Sul é a Sintra da Beira»? Ponham os pés na terra! Mas qual Sintra da Beira? Sintra não tem mamarrachos como o shopping ou o armazém da Moreira & Rodrigues; não tem esgotos a céu aberto, nem avenidas a terminar num morro de terra.
E já agora, Sintra que é Sintra, com 507 170 habitantes em 2004, é VILA! Mau exemplo, senhores deputados, deveriam ter sido mais cuidadosos.
Passemos às supostas razões culturais.
Começam os representantes da nação por Na vila de S. Pedro do Sul, por referir o poeta António Corrêa de Oliveira, a quem se apegam por ter sido elogiado por uns marmelos de Lisboa, um deles tão bom e com tanto peso que até fez a letra que viria a ser o hino nacional. Ok, muito bem. Já agora, também mencionam que ele tem um «expressivo busto».
Pouquito, senhores deputados. O busto do senhor não é lá grande espingarda para esta coisa dos requisitos de que depende a elevação da nossa VILA a cidade.
Continuemos. Começam por referir o Grupo de Teatro Popular “O Cénico”. Saberão que andam todos de candeias às avessas? Parece que sabem, uma vez que afirmam o seguinte «infelizmente, ter suspendido a sua actividade em 2007». Senhores deputados, para quê referir uma realidade inexistente? A lei não acolhe factos inexistentes, pelo menos para estes fins específicos que estamos a tratar…
O mesmo se diga quanto aos Cantares de Manhouce, grupo com muitos préstimos, mas em clara inflexão de notoriedade.
Depois, a Banda Filarmónica Harmonia e uma outra que nem nome tem, com sede em Pinho? Poupem-nos. Com o devido respeito pelos senhores das trompas, trompetes e trombones e as suas magníficas e celestiais notas, uma banda com nome de preservativo não dá direito a abrir mão da nossa vila. E a outra, sem nome, é em Pinho, não em Várzea, com quem se pretende a mancha urbana contínua.
E os jornais? Dizem-nos que termos dois, a Gazeta da Beira e Jornal de Lafões. O primeiro conheço, o segundo, não. Defeito meu por certo. Invocam mais à frente um nome de um outro, um tal de Notícias de Lafões, que também conheço.
Também é curto para a ascensão a cidade.
Por fim, o apelo aos artesãos. Não, definitivamente não foi bem pensado. Começam os senhores deputados por nos contar que «na década de 60 do século passado, juntamente com alguns artesãos e artesãs, coexistiam variadíssimos artífices manufactores de produtos e artefactos de exigente e paciente labor manual como tamanqueiros, sapateiros, alfaiates, albardeiros, ferrador, moleiros, doceiras, canteiros que rendavam o granito, serralheiros civis que faziam da barra de ferro belíssimos torcidos e arabescos, que em muitos casos levaram os seus saberes para cidades como Lisboa, Porto e Rio de Janeiro».
Existiam, mas já se foram, o que é pena, pois as albardas e as ferraduras fazem muita falta a algumas cavalgaduras que por aí debitam palpites incongruentes.
Por fim, as razões arquitectónicas.
Um elenco de alguns edifícios interessantes, sem dúvida, quase todos em S. Pedro do Sul, quase nenhum classificado, com excepção do «Balneum Romano», sito nas termas, com quem S. Pedro do Sul e Várzea não estão ligados. Quase todos em ruínas, prestes a caírem, sem que o Município faça algo para inverter a situação, podendo equacionar uma parceria com os seus proprietários, com vista à reparação em troca da instalação de um museu, ou, em última estância (ou será instância?), à expropriação.
Tudo visto e ponderado, não posso deixar de discordar com os senhores deputados do Partido Social Democrata, José Cesário, Helena Oliveira, José Luís Arnaut, António Almeida Henriques e Carlos Miranda.
De facto, as freguesias de S. Pedro do Sul e Várzea não freguesias reúnem as condições previstas na Lei nº 11/82 para serem elevadas à categoria de Cidade, muito menos face ao disposto no seu artigo 14º.
Arrumem, pois, as botinhas, e deixem-nos com a nossa VILA, sendo escusado pedir para ninguém vir com demagogia e alegar os muitos benefícios económicos que resultarão com a elevação à cidade, pois as eleições estão aí e uma cidade é quase tão bom como um porco no espeto e vinho morangueiro à fartura. O Povo gosta e quem vota é o povo.
ISTO É LEGAL?
Já alguém foi preso na sequência destas ilegalidades?
Em tempos até ouvi alguém dizer que se demetia se, no decorrer destas queixas todas, a inspecção não viesse para o concelho...
Consta-se, porém, que a inspecção já veio e, no entanto, ainda não vi nenhuma demissão...
http://www.ps.parlamento.pt/documentos/requerimentosX/rq575-x-2ac.pdf
ECCE HOMO
«Ecce Homo», em português, «Eis o Homem». Foi com estas palavras que Pôncio Pilatos apresentou Jesus Cristo aos Judeus.
É com estas palavras que eu quero iniciar o meu elogio ao Bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, natural de Rio de Mel, Pindelo dos Milagres, S. Pedro do Sul.
Não tendo o prazer de o conhecer pessoalmente, acompanho o seu trabalho com a curiosidade natural por ser do nosso concelho.
Tem três virtudes que o distanciam e elevam da maior parte dos padres e padrecos da igreja católica:
Humildade: ninguém se esquecerá, por certo, da forma como iniciou as suas funções como bispo: «alguém pecador e muito pobre, em relação à tradição e à grandeza desta nossa diocese».
Frontalidade: num debate sobre a IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez) afirmou que votaria sim no referendo ao aborto se o que estivesse em causa fosse a despenalização da mulher.
Coragem: contra tudo e contra todos (admito que existam alguns que, em surdina, aplaudam a posição de D. Ilídio Leandro), inclusive contra aquele nazi que veste de branco, o tal aberrante, ignorante e arrogante, defendeu o uso do preservativo por parte de pessoas infectadas com VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana), como forma de evitar o contágio às pessoas com quem estas pudessem manter relações sexuais. Noutra área, aceita e respeita a separação/divórcio nos casos de maus tratos conjugais.
Eis o perfil de um Homem que exerce as suas funções com os «pés assentes na Terra», com um claro e próximo conhecimento da realidade com que lida e trabalha.
Pena que exemplos destes não sejam replicados pelos seus pares e, sobretudo pelos mais altos cargos da hierarquia católica, com responsabilidades para com os muitos milhões de fiéis, mas com constantes declarações irresponsáveis e desfasadas destes tempos.
Caso o fizessem, talvez tivessem mais pessoas nos edifícios opulentos a que chamam igrejas e catedrais. Talvez fossem brindados com frases como as utilizadas por um pároco para qualificar D. Ilídio Leandro: «é o meu bispo, o meu pastor. A minha referência. Jamais o criticaria. Aliás, concordo e acho positivo que aprofunde, como tem feito, temas da actualidade que dizem respeito à dignidade da pessoa humana».
Ver mais aqui:
Actualização com declarações de D. Januário Torgal